Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Fomos descobrir o Nepal ali ao Conde Redondo, e o mais estranho é que morei vários anos ali ao lado e, apesar de este espaço ter estado sempre por lá, eu nunca tinha entrado... Assim fui matar as saudades da zona e conhecer este recatado restaurante em pleno coração da cidade. O restaurante fica mesmo na rua do Conde Redondo, na descida quase a chegar à Universidade Autónoma.
Ao entrar, sentimos logo o ambiente Nepalês com aquela decoração clássica do país: fotografias de várias cidades, especiarias, arte Hindu... Um espaço acolhedor e despretensioso.
A nossa mesa estava reservada, e aconselho-vos a fazer o mesmo pois o espaço não é o maior e estava composto. Nos dias quentes, há sempre a opção de ir para a esplanada, mas não era o caso. Vimos várias pessoas a chegar sem sorte de ter mesa e fomos num dia supostamente calmo, durante a semana. Fomos recebidos e encaminhados à nossa mesa com a maior simpatia, pedimos ajuda para escolher os pratos (claro, a opinião de quem sabe é sempre a melhor! Mas nós já tínhamos alguns favoritos em mente).
Primeiro, como manda a lei, vieram as entradas da casa e não podia faltar o Pão Naan recheado com queijo (confesso que às vezes tenho desejos disto, podia ser a minha refeição completa). Este é mais fofinho e massudo do que a maioria dos que já provei, o queijo derretido por dentro faz toda a diferença. Muito bom!
O Papari (aquela coisa crocante na foto seguinte) não é a minha praia, mas usei-o para comer o prato principal e combinou muito bem.
Chamem-me exagerada, mas queijo nunca é demais. Tinha mesmo de provar o Paneer Pakora, que são pedaços de queijo fresco envolvidos em farinha de grão... Fritos (inserir smile com mãos na cara a esconder a vergonha). Mas é tãoooooo bom!
Como principais, pedimos Korma de camarão e Tikka Masala de frango. Como adoro Korma, tenho termo de comparação com muitos outros restaurantes e posso dizer que este estava mesmo muito bom: bem servido de camarões e com um molho muito suave. O Tikka Masala do meu esposo (sim, adoro dizer esposo) estava muito saboroso, porém, não consigo dar grande feedback tendo em conta que ele espeta metade do frasco de picante lá para dentro. Contudo, ele adorou. Adoro o facto de servirem os pratos principais nestes potes (na foto seguinte, e se quiserem espreitar os meus stories no Instagram está lá um vídeo também nos destaques "Lisboa") que não só são giríssimos como também mantém o conteúdo sempre quentinho. Maravilha! Pedimos arroz basmati a acompanhar, porque prefiro não misturar mais sabores, mas há muitas opções de arroz!
Como podem calcular, depois de tanta entrada e estes pratos bem compostos, só havia espaço para este xiripiti...
O staff foi extremamente atencioso, adorámos conhecer o espaço e a comida.
Ficámos com muita vontade de voltar para pedir o prato da mesa do lado (eu sei, vou para o inferno por andar a desejar as coisas do vizinho do lado) que consistia num pedido especial onde vêm vários pratinhos com um bocadinho de cada coisa. Infelizmente não estava no menu, mas pelos vistos pode pedir-se!
Nota importante: este restaurante tem 20% de desconto em Zomato Pro, por isso aproveitem!
Tive a oportunidade de conhecer o Chutnify em Cascais provavelmente numa das alturas mais engraçadas para o fazer, no festival das luzes (aka. Diwali)! Acho que a grande maioria dos Lisboetas já conhece ou já ouviu falar no Chutnify do Príncipe Real, porque a fama o precede já há alguns anos.
Esta festa hindu, conhecida por ter imensa cor, luzes e música foi a oportunidade perfeita para conhecer algumas das especialidades deste espaço e ainda poder usufruir de um ambiente festivo. A carta, apesar de ser especial para esta festa, tinha muitos dos pratos já conhecidos do menu habitual da casa.
Começámos pelas entradas (vou colocar por pontos para descrever melhor, dado que só pelos nomes ficava difícil para mim e para vocês):
Samosas de porco picantes - picantes, até para quem come wasabi à colher
Samosas de batata doce - que amei amei amei, o doce da batata com as especiarias fica perfeito
Gol Gappa - umas bolas tufadas com batata, grão de bico e uma água de tamarindo que "explodiam" de sabor ao colocar na boca
Chiken 65 - frango frito crocante marinado em gengibre, limão e iogurte com 65 especiarias, um mimo!
Mas agora percebo que me esqueci de um pormenor, começámos pelo cocktail antes de comer seja o que for.. e foi uma surpresa! Não estava à espera de encontrar tequila por um restaurante indiano, mas este cocktail "Anarkali" que além da tequila também tinha romã, cointreau, limão e chaat masala casou na perfeição com as entradas. Este restaurante tem uma carta bastante completa e interessante de cocktails muito bem conseguidos.
Uma das coisas que posso dizer com toda a convicção é que, pelo menos para mim, vir aqui é uma opção fantástica para jantares onde queremos conviver e ir petiscando com qualidade, o facto de podermos partilhar vários pratos, provar um pouco de cada, a comida vai chegando e nós nem damos pelo tempo a passar... Felizmente, estava bem acompanhada e pudemos fazer esta festa na mesa:
Chole bhature com pickle de manga - um curry bem picante de grão de bico servido com um pão frito (muito macio e fofo) acompanhado com um pickle caseiro de manga.
Tikka masala de frango com arroz pulao - costumo comer bastantes vezes este prato noutros sítios, mas este tem uma qualidade muito a cima do que estava habituada!
Balchao de camarão com naan de manteiga - este foi provavelmente o mais picante de todos os pratos, para quem adora picante como eu estava mesmo no ponto. O facto de ser acompanhado pelo naan amanteigado, equilibra bastante os sabores e torna-se mais suave.
Asas de frango Tandoori - marinadas em iogurte, bem picantes e crocantes
Malai kofta com arroz pulao - este prato foi sem dúvida o que mais gostei, talvez por ser também uma novidade para mim, mas adorei a combinação das bolinhas fritas de batata com um molho super cremoso de cebola e tomate.
Como podem calcular, não se pode conhecer um sítio novo sem fazer a visita completa, para sobremesas seguimos as duas sugestões do menu Diwali: um mango sago pudding e samosas de chocolate acompanhadas com gelado. Por incrível que pareça, estava a torcer o nariz às samosas e foi sem dúvida uma boa surpresa! O crocante da samosa, quentinha, com o gelado de baunilha a equilibrar, fica super saboroso (e claro que não sabe de todo a uma samosa salgada, ao contrário do que eu imaginei).
Posso dizer que esta foi uma das melhores experiências que tive num restaurante de cozinha indiana. A comida era fantástica e o espaço está absurdamente bem decorado, confortável e moderno, para não falar que a localização é perfeita (estas "novas" ruas amarelas de Cascais são uma pequena vila gastronómica cheias de vida).
Vou com certeza voltar, provavelmente na próxima dou um saltinho ao Príncipe Real para ficar a conhecer esse espaço, porque a comida com certeza já sei que não me vai desiludir. E claro, ainda há toda uma carta para desbravar!
Nota importante: Para quem tem Zomato Pro, tem 20% de desconto no espaço do Príncipe Real!
Não há nada nesta vida que me deixe mais entusiasmada como experimentar restaurantes novos, e ainda por cima se for para experimentar comida que não sei cozinhar, perfeito!
Já tinha passado os olhos por algumas fotos no Instagram da Madam Bo, onde se destacavam as várias cores dos dumplings e o próprio espaço, que faz lembrar uma ruela algures na Ásia que, apesar de nunca lá ter ido, reconheço dos filmes como o sitio de eleição para uma boa refeição à "local". Quando lá cheguei ao restaurante, que fica ali em pleno Príncipe Real onde sempre fui muito feliz, foi isto mesmo que confirmei: a sensação é que estamos na rua mesmo estando dentro do restaurante, nessa tal ruela no meio de uma infinidade de sítios para comer comida rápida e saborosa. As mesas e cadeiras estão lá, mas penso que o objetivo é mesmo comer e seguir viagem, não estamos num sítio para "fazer sala". É street food sem o ser, acho que nós Portugueses ainda não estamos preparados para comer sem sentar o rabo... Mas adoro o conceito!
Passámos os olhos também pelo menu, que é exatamente como se quer: simples, curto e "especializado". Dá-me gosto ver isto: um menu simples e focado no que se faz de melhor por ali: dumplings. Escolhemos, pois está claro, dois de cada sabor, por forma a experimentar todas as opções: vegan, frango, vaca, porco e camarão.
No fundo do restaurante estava uma placa que nos ajuda a identificar os dumplings pelas cores: rosa é o de porco, preto o de novilho, verde de legumes e tofu, amarelo o de frango e por fim o de camarão e coentros "sem cor". Clarooooo que Maria LM só viu a placa no final da refeição e ficou o jantar todo a tentar identificar os sabores de cada um, o que até se tornou positivo para não enganar o palato com o seu cérebro destruidor de expectativas (provavelmente teria torcido o nariz ao de porco... e foi o que mais gostei!). Resumindo a experiência de sabores: amei todos. O meu inesperado favorito foi o de porco e sichuan (e claro que vou jurar até à morte que o culpado é o Sichuan mesmo não sabendo o que isso é. Google: uma pimenta talvez?). O vegan, talvez tenha sido o menos favorito, mas note-se que era incrível como todos os outros seus pares.
Todos os dumplings, seja qual fosse a variedade que colocava à boca, eram uma surpresa e uma experiência diferente: o frango, não era só frango nem só shitake, era "Ásia", um sabor maravilhoso que nos leva a viajar por sítios diferentes. Isto aplica-se a todas as "bases" que ali podemos pedir, sejam elas o frango, a vaca, o porco ou até mesmo os vegetais, estamos a provar algo que até podemos comer todos os dias, mas ao mesmo tempo são uma novidade quando cozinhados e condimentados de forma diferente da nossa cozinha típica.
Para acompanhar pedimos uma salada de pepino e outra de coleslaw. A salada de pepino é muito condimentada, o meu esposo adorou e comeu-a praticamente toda, foi a salada coleslaw que me ganhou o coração: com os seus amendoins a dar aquele crocante e um molho não tão forte e mais equilibrado para o meu gosto.
Por fim, e enganem-se se acham que tínhamos mais espaço para sobremesa (20 dumplings para 2 pessoas é um exagero, mas quem nos mandou ser bestas hum?), experimentámos a mousse de matcha que estava DI-VI-NAL. Aquele crocante de sésamo é a cereja perfeita em cima deste "bolo", doce sem ser doce, uma cremosidade que não estava à espera. (Perdoem-me as fotos da sobremesa, mas entusiasmei-me, mandei-lhe uma colherada mesmo à besta antes de tirar foto e tentei remediar depois... não ficou nada decente!)
Resumindo e concluindo: adorei a experiência e hei de voltar a ver estes dumplings à minha frente! Vejo o meu regresso ao escritório com mais entusiasmo, a incluir o Madam Bo nos pedidos de almoço, e quem sabe quando lá passar por perto, voltar a sentar-me numa naquelas mesas altas para um almoço/lanche/jantar/snack rápido...
Agradeço mais uma vez à Zomato pela sugestão de experiência!
Finalmente meus queridos, posso dizer que estamos (lentamente) de volta aos restaurantes! Com muita calma e com muito cuidado, claro, mas com a situação pandémica a melhorar a olhos vistos, já me sinto confortável em visitar novos espaços e voltar ao activo aqui no blog!
Foi um ano difícil para quem sofre de compulsão em conhecer novos restaurantes e escrever sobre eles, mas... I'm back foodies!
O Parque das Nações sempre foi um dos sítios de eleição para combinar encontros gastronómicos com amigos, não só pela localização ser óptima para quem não mora no centro de Lisboa mas também pela facilidade de acessos (metro, comboio e, principalmente no meu caso, por ter alguma facilidade de estacionamento). É uma zona muito bem frequentada, com uma vista incrível sobre o Tejo, promete sempre um bom passeio para moer os exageros das refeições (também no meu caso).
Há muito tempo que olhava de esguelha para o The Old House, quando passava por aquela porta de madeira imponente. Sempre cheio de clientes (o que é sempre bom sinal), com uma esplanada apetitosa cá fora... E claro, eu amo comida chinesa! Andava a namorá-lo há algum tempo e finalmente tive oportunidade de avançar para aquele primeiro date.
Posso vos dizer que a primeira coisa que pensei quando entrei no espaço foi: isto não é "um restaurante Chinês", é UAU!
Nada, mas mesmo naaaaada a ver com o que em Portugal costumamos associar a um típico restaurante de comida chinesa. Onde estão aqueles quadros que mudam de imagem consoante o ângulo? Onde estão aqueles candelabros super-shining cheios de leds às cores? Não estavam... Além do restaurante ser enorme, a decoração é incrível e muitíssimo cuidada. E por falar em incrível, eles batem aos pontos a minha avó no número de louças por metro quadrado.
Fiquei a conhecer um pouco da história deste espaço: a primeira surpresa é que este restaurante faz parte de uma cadeia onde este é o mais pequeno deles todos (Ok, tamos a falar de dois pisos de restaurante, cheio de salas e salas e salas... Onde cabem centenas de clientes! Até casamentos já se fizeram ali!) e este é também o único que fica fora da China, incrível! Mais incrível ainda é o facto de ser um espaço gigante que ao mesmo tempo consegue ter imensa privacidade, as salas dobram-se e desdobram-se à medida da necessidade de espaço, também mesas para 2 ou 4 pessoas, uma esplanada imensa... Este restaurante foi claramente pensado para grupos e famílias, mas não deixa de ter sido desenhado de forma a nos dar privacidade e conforto seja um grupo enorme ou uma pessoa só!
O The Old House é um restaurante que tem uma grande máquina por trás, e isso percebe-se logo nos pequenos pormenores. Todo o staff é treinado e formado para não só providenciar uma experiência gastronómica perfeita como um serviço incrível, da sala à cozinha, o restaurante aposta num treino muito completo. A carta é imensa: ao mesmo tempo que é incrível (parece que temos um livro de culinária nas mãos) é também um pouco intimidante. Mas deixamos logo de nos sentir intimidados quando um funcionário da sala (super formado) vem à nossa mesa e, com muita paciência e delicadeza, nos sugere os melhores pratos tendo em conta os nossos próprios gostos pessoais. Há pratos para todos os gostos, desde o clássico pato à Pequim até à Lagosta, com muito picante ou sem... Um festival de escolhas!
Seguindo portanto as sugestões de quem sabe, aproveitei enquanto esperava pela comida para apreciar aquela vista incrível. Felizmente, ficámos numa das mesas do primeiro piso onde podemos disfrutar de uma vista de sonho num ambiente mais intimista.
Vamos falar de comida, porque bebida já sabem, há que sempre aproveitar para beber uma cerveja chinesa a combinar com o ambiente:
Entradas
Começámos por degustar uns cogumelos fritos com gyosas e camarões fritos, acompanhados com molho agridoce. Super crocantes, bem confeccionados e saborosos.
Pedimos também Xiao Long Bao, foi a minha entrada favorita. O recheio de carne e cogumelor estava muito rico e aquela nuvem fofinha a desfazer-se a cada dentada... Divinal!
Pratos Principais
Provámos também dois dos pratos mais pedidos no restaurante: a carne de porco desfiada com molho especial e o frango em cubos com amendoins (picante nível 1). A comida desta região da China, Shichuan, é conhecida por ser picante e bem mais forte do que nós estamos habituados, inclusivamente os níveis de picante foram adaptados ao nosso palato e não quis arriscar mais que um nível para primeira vez. Fiquei pronta para arriscar no picante seguinte na próxima visita, pois não era assim tãooooooo forte (acho que ganhei resistência com tanto wasabi). Tanto um como outro prato estavam muito bons, os sabores são super diferentes daquilo que sabemos cozinhar... Logo, cada dentada é uma tentativa de descoberta para identificar ingredientes e temperos!
Os cogumelos reais salteados que pedimos a acompanhar as carnes, foram surpreendentemente das coisas mais incríveis que provámos. Talvez a expectativa não fosse alta e fui realmente apanhada de surpresa. Têm um sabor muito diferente e espetacular! Mais uma vez, não conseguia mesmo fazer aquilo em casa.
O prato principal que me levou o coração, não só pelo sabor como pela apresentação, foram os noodles de arroz com camarão. Olhem para esta beleza:
Acreditem que o sabor supera a apresentação. Super leve, saboroso que se farta e é um prato que claramente se deve partilhar, porque a dose é enorme. Pode até nem ser dos mais intensos de sabor, mas é mesmo a minha cara: simples, bem confecionado e leve.
Sobremesas
Quando chegámos às sobremesas, mais uma vez decidimos provar os clássicos desta região de Sichuan.
Estas bolinhas na foto, são bolinhos de arroz recheados com sésamo e são uma das sobremesas preferidas na China, muito diferente daquilo que estamos habituados por cá, já que os chineses não são tão viciados em açúcar quanto nós. Logo, as bolinhas não são muito doces, são fritas e crocantes, com um recheio onde se sente logo o sabor a sésamo. Muito diferente e interessante.
Mas sem dúvida que gostei muito mais da seguinte sobremesa. Este incrível "Lago de Cisne", além de visualmente perfeito, é uma sobremesa extremamente equilibrada: mais uma vez, pouco doce, mas a combinação de massa folhada, pasta de feijão vermelho e manga é divinal.
Como vos posso resumir esta experiência? Olhem, saí de lá com um sorriso de orelha a orelha. Cheguei a casa entusiasmada a planear o meu próximo aniversário neste espaço incrível. Eu sempre amei comida chinesa, mas esta refeição fez-me perceber que há muito mais na cozinha tradicional chinesa que o meu pedido clássico "vaca na chapa quente" ou "vaca com molho de ostras". É mesmo um nível muito lá em cima. Já há alguns anos que prego aos ventos que o meu aniversário este ano seria num restaurante Chinês, estava longe de imaginar que seria este, é estúpidamente perfeito: o espaço, a comida, o ambiente... PERFEITO! O restaurante disponibiliza menus para grupo, que permitem partilhar vários pratos e assim conhecer melhor o menu.
Para a experiência e qualidade da refeição, acho que os preços são muito justos. Claro que há pratos muito mais dispendiosos (tipo, a lagosta né?) e outros mais em conta, depende sempre do que se pede, claro.
O que vos posso deixar de meggggaaaa dica, é que o The Old House, além de uma merecida e incrível classificação de 4.6, tem Zomato Pro e assim têm um óptimo desconto de 20% no total da factura.
Voltarei em breve, sem dúvida alguma, a este restaurante e vou partilhar as fotos no Instagram quando fizer o meu aniversário por lá! Sigam @lmnottobacco ;)
Belas é uma das vilas mais surpreendentes da malha urbana de Lisboa. Pelo menos, para mim, tem sido uma surpresa descobrir os seus encantos.
Há uns dias atrás descobri uma quinta ao pé da igreja, a Quinta Nova da Assunção, que além de ter uma dimensão considerável de jardins para passear, também tem uma zona para pic-nics que me fez logo sonhar em tardes de domingo à sombra das árvores centenárias que rodeiam esse parque e claro, petiscar em cima de uma toalha vermelha aos quadradinhos. O palacete, apesar de fechado, é magnífico. Perdidos pelos quatro cantos da quinta, encontramos painéis de azulejos pintados com animais e figuras exóticas, as sebes verdes e alguma parte do jardim vão sendo mantidos e em certas partes quase que nos sentimos num labirinto, sempre a descobrir novos recantos sem saber bem onde estamos.
Após esta visita e uma passagem rápida pelos fofos de Belas (fui só confirmar que continuavam bons), bastou descer um pouco dessa avenida principal e vimos uma esplanada, bem cuidada e apetitosa para um final de tarde de imperiais e petisco. "Cotorinho", que nome engraçado!
A esplanada tem aqueles detalhes que nos fazem perceber de imediato que foi imaginada com cuidado: esplanada aberta mas que pode fechar para dias menos quentes, mesas e cadeiras bonitas, duas mesas feitas com paletes para grupos maiores. As paredes estão decoradas com heras, um cantinho mais natural e muito agradável de se estar.
O espaço lá dentro é relativamente pequeno, o que o torna bastante acolhedor. A casa onde construíram este restaurante é de traça antiga, na zona mesmo central e mais velha de Belas, esta foi toda remodelada e felizmente deixaram alguns traços da casa anterior. Alguns detalhes de pedra na parede, para lembrar como eram construídas antigamente, uma harmonia perfeita e a respeitar a história de outros tempos. São detalhes, mas são tão bonitos.
Mal sabia eu que o Cotorinho tem também uma história tão bonita. O Chef André Teixeira, responsável pela cozinha e dono deste espaço incrível, contou-nos com tal entusiasmo como o restaurante nasceu: o nome do espaço é uma homenagem aos membros da sua família, que para ele "são tudo". Cotorinho é um pequeno lugar na zona de Vila Real, a terra onde a sua família tem origem e também onde passou grandes temporadas da sua infância. Em Trás-os-Montes a boa comida é obrigatória e a arte de bem comer se exige. Todos os vinhos do Cotorinho são dessa zona e todos os pratos têm, de alguma forma ou de outra, o toque transmontano. A estrela da casa é, sem dúvida alguma, a Francesinha à Moda de Vila Real. É importante frisar a sua origem, porque ela é mesmo muito diferente das francesinhas de outras zonas. Como o próprio chef avisa: ou se ama, ou se odeia. Nós amámos, mas já vamos lá.
Sentámo-nos cá fora, não por uma questão de segurança mas porque nestes dias de verão é perfeito e todas as mesas, incluindo lá dentro, têm distância e estão impecáveis.
Começámos pelas entradas: dois croquetes acompanhados com mostarda e um pão de alho com queijo para partilhar. Todos nós sabemos que a Francesinha é um prato leve e o melhor seria não exagerar nas entradas... Mas digo-vos já que foi muito dificil manter a compostura com este pão de alho. Eu ficava ali, a noite toda com ele e imperiais! Mas, havia francesinhas para experimentar. E ainda bem!
Quando passámos ao verdadeiro ex-líbris do Cotorinho foi um misto de confusão e curiosidade. O molho é completamente líquido, nada a ver com o molho à moda do Porto. Quase que parece um caldo derramado por cima daquela sandes deliciosa cheia de coisas que nos fazem atingir o pico de colesterol num minuto. O sabor do caldo? Não consigo sequer explicar. Fiquei desde a primeira dentada até ao final a tentar perceber o que era "aquele sabor" sem conseguir perceber. Na minha família temos uma receita de molho de francesinha e habitualmente já consigo perceber os sabores... Se tem mais cerveja, se tem apenas carne ou também marisco... Mas aqui: zero. Não percebi e não identifiquei nada. Era só bom, delicioso, muito mas muito diferente. E penso que aqui, no molho, é que está a questão do amor-ódio. O meu esposo estava delirante, a adorar este molho que se entranhava facilmente no pão. Eu, estava a amar o sabor especial que este molho tem, intrigada mas feliz. Quem vai à espera de um molho à moda do Porto e não for "preparado" para esta diferença, pode não gostar, claro. Mas ainda bem que todos somos diferentes!
A parte que a meu ver se destacou mais (mais ainda!) foi a "sandes" em si. Nunca, mas nunca mesmo, tinha comido uma carne tão tenra dentro de uma francesinha. O bife era relativamente alto para uma sandes deste estilo, quase que a tocar o limite do possível para uma sandes poder ser cortada convenientemente, estava incrível. Nenhum enchido se destacava demasiado ao ponto de esconder o sabor dos outros: fiambre, mortadela e linguiça fresca.
Além das francesinhas ditas normais, ficou na minha wishlist provar a vegetariana... E toda a carta do restaurante.
Para terminar, apesar da limitação a nível do meu espaço interior, não podia sair dali sem provar uma sobremesa... Ai eu não me chamo LM Maria!!! Queria muito todas as sobremesas ao mesmo tempo (porque a gula é sempre maior que o estômago), mas acabámos por provar um género de um bolo de chocolate fresco com camadas de nata, estava simplesmente fresco e delicioso. Fez nos lembrar uma vianeta em formato de bolo. Muito bom mesmo e perfeito para uma sobremesa mais leve.
Ao escolher a francesinha como refeição, era humanamente impossível provar fosse o que fosse dos outros pratos da carta. Mas a minha curiosidade com os bifes e hamburgueres, após vários relatos da qualidade destes meninos, faz com que tenha de voltar muito em breve. E após esta primeira visita, ficou muito, mas mesmo muito claro que todos os pratos são de uma qualidade superior. E perguntam porquê? Porque o Chef André é apaixonado por este projeto. Não só dá logo para o perceber quando ele fala no conceito da casa, como a própria forma como descreve os pratos, os fornecedores, onde foi buscar as batatas, onde vai buscar a carne, os legumes... Tudo! Ouvi-lo dá mesmo muito gosto e muita vontade de voltar, para partilharmos esta paixão pela comida que nos é tão em comum.
Estou muito feliz com estas descobertas em Belas. Fico mesmo entusiasmada de ter encontrado estes refúgios perfeitos, mesmo ao lado de casa.
Ah! E como cereja no topo do bolo: tem Uber Eats e Too Good To go!