Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Bem, vamos começar por explicar que de férias também se come pizza :D
Principalmente quando várias pessoas nos recomendam o mesmo sítio: "Vais para Manta Rota? Epá, tens de ir ao Mamma Lucia!" - e assim fomos!
O restaurante fica no Redondel, assim lhe chamam os locais, um pátio interno de um condomínio mesmo no centro de Manta Rota. O local é muito agradável, resguardado do pouco vento que corre e com muitas opções de cafés e restaurantes. Para quem conhece a Ericeira, fez me lembrar os Navegantes.
O Mamma Lucia é um restaurante de "vera cucina italiana" e é logo a primeira esplanada quando se entra por uma das duas entradas. Não fomos ao seu interior porque a noite estava maravilhosa e sentámo-nos na esplanada. Uma das coisas engraçadas que notámos logo, é que as empregadas são italianas e, pelo que percebemos, todo o staff o é. O que dá logo aquela sensação de "eles sabem o que fazem"!
Olhámos para o menu, tinha muita vontade de comer massa, mas fome nem por isso... Decidimos começar por um pão de alho (com extra de queijo, claro) e uma pizza Carbonara (8,5€) para partilhar (já tinhamos deitado o olho nas do lado e pareciam bem grandes para pedir uma para cada um).
Já me tinham dito que as massas eram divinais, inclusivamente que tinham aquela pasta "mergulhada" no queijo parmesão aberto... Até babei... Fiquei com pena de não ter mais dias para provar a especialidade, mas também falaram tanto nas pizzas que acabou por ser uma escolha difícil.
O pão de alho estava óptimo! Nada de extraordinário (as comparações são malvadas né), mas como sabem, pão + alho + queijo nunca tem muita possibilidade de nos defraudar as expectativas.
A pizza chega à mesa e é de salivar: para uma pizza média, é gigante. Ainda bem que só pedimos uma.
(desculpem lá a qualidade das fotos, mas não havia muita luz e nem reparei o quão péssimas ficaram!)
A massa da pizza é extraordinária para quem gosta, como eu, de massa fofa sem ser exageradamente grossa. Os ingredientes - esses sim fazem sempre a diferença - e aqui todos eles são frescos e de muito boa qualidade. A pizza estava realmente muito boa e ficámos super satisfeitos, sem necessidade de pedir alguma outra coisa. Mas claro que há sempre "aquele espacinho" para... a sobremesa!
E não é uma sobremesa qualquer, ah pois claro que não... Havia TIRAMISÙ (4,5€)!!! E acho que vocês já conhecem a minha obssessão com esta pequena delícia do belzebu... Então feita por Italianos, a expectativa estava muito em alta.
E então? O que dizes LM sobre ela?
Digo: malditas expectativas :(
Claro que o tiramisù estava delicioso, mas não era o que estava à espera. Eu sou muito apreciadora da receita que leva um creme mais encorpado (feito com muitos ovos, e bem gordinho), em que o creme é bem mais amarelado e delicioso. Este, era feito com natas e bem branquinho, o que não invalida o facto de estar bom e me deixar feliz. Mas... malditas expectativas!
No final a conta foi bem simpática (o partilhar ajudou bastante, claro!) mas, mesmo assim, é um restaurante onde se come mesmo muito bem e os preços são muito acessíveis.
Quando voltar à zona, quero visitar mais umas vezes este espaço. As massas ficaram aqui atravessadas... Talvez para o ano!
Sabem uma coisa que reparei nestas férias? Sou viciada na Zomato.
Tenho sérias dificuldades em encontrar sítios para ir comer fora sem ter esta app a ajudar-me na decisão. Coloquei as minhas google skills à prova, procurei sushi ali na zona e surgiu-me uma quantidade de locais sugeridos pelo Google. Entrei em mil sites diferentes, li várias opiniões, fotos e lá sem bem muito saber como, encontrei o Bartô. Abriu em plena época Covid, o que já de si é um grande mérito, e todas... mas TODAS as opiniões eram 5 estrelas. Textos como: "foi o melhor sushi que comi na minha vida", "maravilhoso", "nunca tinha comido nada assim" chamaram muito a minha atenção. Nem uma coisinha menos boa a apontar, tudo perfeito.
Percebi que o Chef Henrique Marzano, responsável pela carta, andou a viajar por vários países para se inspirar nela, onde combina a arte do sushi com "fusões de todo o mundo". Vi também no instagram deles que as inspirações vêm não só da cozinha portuguesa como também mexicana, peruana, espanhola... Incrível! Estava convencida. Agora só faltava convencer o esposo.
Fomos passear a Tavira, passámos à frente do restaurante e olhámos a carta. Não é de todo um sítio em conta. Mas por aquilo que vimos, valia a pena arriscar o abrir-de-cordões-à-bolsa.
O Bartô tem uma decoração super cuidada, isso salta logo à vista mal entramos no pequeno espaço. Tem meia dúzia de mesas para duas pessoas e uma maior ao fundo, tem também a esplanada que permite receber mais umas quantas pessoas. Fomos recebidos com a maior simpatia, ficámos à vontade a escolher o que pedir (numa decisão bem difícil porque apetecia tudo).
Aqui pede-se tudo à carta, não estamos num japonês com combinados do chef nem menus all-you-can-eat. Aqui escolhemos o que queremos provar porque o conceito é mesmo esse, qualidade e não quantidade.
Começámos a degustação com dois temakis tradicionais de salmão (6.5€). Apesar de pequenos, estavam maravilhosamente bem feitos. Realço também a qualidade do nori, acho que foi a terceira vez na minha vida que comi um Nori desta qualidade: crocante e saboroso, nada a ver com aquelas algas elásticas que vemos na maioria dos restaurantes do género.
Pedimos também um Sashimi Mix (15€) composto por salmão, atum e peixe branco. Mais uma vez, a qualidade dos peixes supreendeu.
Parece que estou a gozar, mas foi outra vez dos melhores sashimi de atum que já comi.
Provámos diferentes peças: como o Spicy Tuna (4 uni 4.5€), Arco-irís Alimado (4 uni 4.9€) e ainda gunkans Amor de Viera (2 uni 6€). Todas as peças estavam divinais, com aquele toque de fusão simples mas pensado.
Para quem me acompanha, já sabe que eu não sou grande fã de fusão e demasiada molhanga, mas aqui encontramos aquela excepção onde percebemos que a fusão em si foi 100% estudada para ser harmoniosa, sem estragar o sabor do peixe e o encanto de comer sushi. O Arco-íris alimado foi sem dúvida a maior surpresa: a introdução do lingueirão, um peixe tão típico da zona ali colocado numa peça de sushi, uma explosão de novos sabores... divino!
Para terminar em grande, depois de ter ficado entranhada no meu cérebro a imagem de um pastel de nata desconstruído que estava no instagram deles, pedimos essa mesma sobremesa.
O meu comentário imediato foi: "Isto só se come em restaurantes de grandes Chefs!"
E é isto, o Chef Henrique é um grande Chef. INCRÍVEL! Um pequeno pudim no fundo, com uma ligeira camada de caramelo no meio, a fazer um género de uma barreira à bola de gelado, um pequeno detalhe de massa folhada à volta e canela... E eu tive mesmo muito perto de não pedir sobremesa para não "estragar" o sushi... Ainda bem que sou gulosa! O preço da sobremesa não faz juz ao que provámos, apenas 3.5€ por uma das sobremesas mais bem construídas que comi.
Foi suficiente? Foi. Comia mais? Comia. Eu sou uma pequena besta e vocês já sabem isso, mas aqui o objectivo foi mesmo apreciar a arte deste espaço, que sem dúvida é das mais bem concretizadas que já tive o prazer de provar. É barato? Não. Vale a pena? TODA.
Aqui sim, vale a pena atravessar meio Algarve ou meio país para ir ao Bartô.
Só consigo dizer: INCRÍVEL!
Parabéns ao restaurante, ao Chef, a todos os que nos receberam.
É por estas experiências que vale a pena ser foodie.
Este verão foi um pouco atípico... (quem diria hã?)
Ou tivemos todos de remarcar, desmarcar, adiar, antecipar, seja lá o que tenhamos feito, as férias foram completamente diferentes! Nós, com muita sorte, fomos atrás de uma promoção sugerida pela minha agência de viagens maravilhosa (passo a publicidade - não paga ok? que eu não tenho esse nível - à L&A Agência de Viagens e Turismo na Ericeira) que nos sugeriu uns diazitos bem passados no Praia da Lota Resort, um hotel antigo mas super bem conservado, mesmo ali em Manta Rota em cima da praia da Lota (literalmente!).
Não há nada como estar de férias, sair da praia e ir comer um peixinho grelhado. Mas o que fica mais díficil no Algarve, é conseguir seguir este plano de comer bem sem nos assaltarem a carteira. Esta tarefa, normalmente, só é possível se conhecermos os "recantos à casa" ou se alguém (local) nos ajudar com indicações.
Felizmente, e para nossa sorte, temos um casal amigo (quase local) que nos indicou vários espaços onde comer na vila e um deles foi este: o Restaurante Manta Rota. Comentário sobre ele: bom e barato! Bora lá!
Ora, o restaurante é mesmo no centro de Manta Rota, na zona com mais comércio e a uns metros da praia. É um espaço antigo, decoração simples/nula e típica da terra. Sem grandes rocócós: mesas, cadeiras, um terraço fechado e um espaço interior bem amplo. Não estejam à espera de um espaço fancy, vê-se que foi remodelado para se manter em condições e focaram-se nos grelhados.
Aqui, são mesmo eles que reinam: os grelhados.
O dono do espaço veio à nossa mesa nos cumprimentar e falar do menu, como estávamos acompanhados com estes amigos que lá passam férias há quase 40 anos, recebeu-nos como se também nos conhecesse há esse tempo. Para mim, uma dourada escalada na grelha (12€) é tudo o que preciso para ser feliz. O meu esposo pediu o salmão (12€) e os amigos um dos pratos do dia: bacalhau à brás.
Só posso dizer que o peixe estava delicioso, muito bem servido e doses generosas. Pedi aquele molhinho de manteiga maroto para banhar o meu peixe e fui ao céu.
O vinho da casa branco, fresquinho, acompanhou a refeição a rigor e por favor... Nunca desdenhem o vinho da casa!
Para sobremesa, segui a recomendação dos amigos: torta de laranja. Era mesmo caseira, parecia saída da cozinha da avó e estava deliciosa.
(nota: aquele bocadinho castanho era a torta de amêndoa, para quem é apreciador, diz que é bom... no meu caso, não apreciadora, não provei!)
Este é um daqueles restaurantes que com certeza que vamos voltar quando tivermos novamente umas férias em Manta Rota. O nome fica mesmo difícil de esquecer. Não é que faça um desvio para lá voltar, mas se estiver na zona, ora podem ter a certeza que compensa!
Bom e barato. Comida simples e bem feita! O que queremos mais?