Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Tive a oportunidade de conhecer o Chutnify em Cascais provavelmente numa das alturas mais engraçadas para o fazer, no festival das luzes (aka. Diwali)! Acho que a grande maioria dos Lisboetas já conhece ou já ouviu falar no Chutnify do Príncipe Real, porque a fama o precede já há alguns anos.
Esta festa hindu, conhecida por ter imensa cor, luzes e música foi a oportunidade perfeita para conhecer algumas das especialidades deste espaço e ainda poder usufruir de um ambiente festivo. A carta, apesar de ser especial para esta festa, tinha muitos dos pratos já conhecidos do menu habitual da casa.
Começámos pelas entradas (vou colocar por pontos para descrever melhor, dado que só pelos nomes ficava difícil para mim e para vocês):
Samosas de porco picantes - picantes, até para quem come wasabi à colher
Samosas de batata doce - que amei amei amei, o doce da batata com as especiarias fica perfeito
Gol Gappa - umas bolas tufadas com batata, grão de bico e uma água de tamarindo que "explodiam" de sabor ao colocar na boca
Chiken 65 - frango frito crocante marinado em gengibre, limão e iogurte com 65 especiarias, um mimo!
Mas agora percebo que me esqueci de um pormenor, começámos pelo cocktail antes de comer seja o que for.. e foi uma surpresa! Não estava à espera de encontrar tequila por um restaurante indiano, mas este cocktail "Anarkali" que além da tequila também tinha romã, cointreau, limão e chaat masala casou na perfeição com as entradas. Este restaurante tem uma carta bastante completa e interessante de cocktails muito bem conseguidos.
Uma das coisas que posso dizer com toda a convicção é que, pelo menos para mim, vir aqui é uma opção fantástica para jantares onde queremos conviver e ir petiscando com qualidade, o facto de podermos partilhar vários pratos, provar um pouco de cada, a comida vai chegando e nós nem damos pelo tempo a passar... Felizmente, estava bem acompanhada e pudemos fazer esta festa na mesa:
Chole bhature com pickle de manga - um curry bem picante de grão de bico servido com um pão frito (muito macio e fofo) acompanhado com um pickle caseiro de manga.
Tikka masala de frango com arroz pulao - costumo comer bastantes vezes este prato noutros sítios, mas este tem uma qualidade muito a cima do que estava habituada!
Balchao de camarão com naan de manteiga - este foi provavelmente o mais picante de todos os pratos, para quem adora picante como eu estava mesmo no ponto. O facto de ser acompanhado pelo naan amanteigado, equilibra bastante os sabores e torna-se mais suave.
Asas de frango Tandoori - marinadas em iogurte, bem picantes e crocantes
Malai kofta com arroz pulao - este prato foi sem dúvida o que mais gostei, talvez por ser também uma novidade para mim, mas adorei a combinação das bolinhas fritas de batata com um molho super cremoso de cebola e tomate.
Como podem calcular, não se pode conhecer um sítio novo sem fazer a visita completa, para sobremesas seguimos as duas sugestões do menu Diwali: um mango sago pudding e samosas de chocolate acompanhadas com gelado. Por incrível que pareça, estava a torcer o nariz às samosas e foi sem dúvida uma boa surpresa! O crocante da samosa, quentinha, com o gelado de baunilha a equilibrar, fica super saboroso (e claro que não sabe de todo a uma samosa salgada, ao contrário do que eu imaginei).
Posso dizer que esta foi uma das melhores experiências que tive num restaurante de cozinha indiana. A comida era fantástica e o espaço está absurdamente bem decorado, confortável e moderno, para não falar que a localização é perfeita (estas "novas" ruas amarelas de Cascais são uma pequena vila gastronómica cheias de vida).
Vou com certeza voltar, provavelmente na próxima dou um saltinho ao Príncipe Real para ficar a conhecer esse espaço, porque a comida com certeza já sei que não me vai desiludir. E claro, ainda há toda uma carta para desbravar!
Nota importante: Para quem tem Zomato Pro, tem 20% de desconto no espaço do Príncipe Real!
Como já devem ter reparado, ando um pouco ausente por estes lados. Infelizmente, não ando com muita vontade nem inspiração para escrever. Mas nunca posso dizer que tenha sido por falta de novidades gastronómicas :D porque essas, não falham! Nem que seja pela busca intensa de novidades pela Uber Eats na minha zona.
Hoje tenho vontade de escrever, isto porque fui arrastada para vir ver "a bola" e não me apetece ver o jogo. Então cá vai, vamos lá meter algumas novidades em dia!
Há uns tempos atrás, nas minhas pesquisas ubereatianas, tinha reparado num novo restaurante, o Bigchurras Delivery que a única especialidade que serve são hambúrgueres... Quando vejo algo novo que não conheço, sigo logo para a trilogia de pesquisa: Zomato, Google e campo. Primeiro, nada no Zomato, nem um review. Google, nada. Pesquisa de campo: quando lá chegamos repararmos num cantinho pequenino, recentemente aberto ao lado do mercado de Queluz, só com uma mesa ao lado do balcão e duas cá fora de esplanada (que nesta altura, não convidam muito). Realmente, é um espaço físico pensado para take-away ou entrega em casa. Felizmente a mesa lá dentro estava vazia e nós decidimos experimentar ali no local. O menu é muito simples, mas o que já me tinha chamado a atenção nele é que nota-se que são combinações de ingredientes bem pensadas. E notam-se os pormenores como: "blend de carne de bovino", cebola caramelizada, hamburger de picanha... Isto é malta que sabe, não são hamburgueres congelados do Lidl (sim, já me aconteceu isto noutro espaço que felizmente já fechou).
Fomos super bem recebidos por um amável casal que é dono deste novo projeto, escolhemos os nossos hamburgueres da carta e já estava eu, desde que entrei, a desejar a coxinha de frango que estava na bancada.
Pergunto: "Aquela coxinha tem Catupiry?"
Claro que tem!
E digo-vos que saltou para o top das melhores coxinhas que comi. Adoro Catupiry e não é fácil de encontrar tão boas! E claro, é a dona do espaço que as faz além de esfihas, quibis e outros salgadinhos com óptimo aspecto.
Entretanto, depois de tanto elogio às coxinhas, a senhora explicou-nos a história daquele projeto. Este casal, já tinha um espaço dedicado exclusivamente a hambúrgueres na sua cidade natal brasileira. Quando vieram para Portugal, acabaram por ficar a trabalhar em restauração, acabaram por continuar a cozinhar as suas especialidades e perceberam que continuavam a ter sucesso por cá para arriscarem abrir o seu próprio negócio.
E nasceu o Bigchurras! (Fez então sentido na minha cabeça o porquê de me aparecer um Bigchurras no Brasil antes de encontrar o português, era mesmo deles!)
Quando os hamburgueres chegaram às mesa, não deu vontade de comer logo de tão bonitos que eram. Mas isso vocês conseguem ver aqui:
A carne do meu hamburguer era de bovino e não se sentia uma ponta de gordura, estava no ponto e super saborosa. Agora, tudo o resto era pornográfico. Eu sou daquelas pessoas que só escolhe hambúrgueres quando têm cheddar, agora imaginem este que estava carregadinho... Divinal! Tinha molho barbecue e maionese, todos os molhos caseiros e muito bons. Só achei, a título pessoal, que tinha demasiado para mim, mas isso é algo que da próxima tenho de pedir para não colocar tanto molho para sentir melhor o sabor dos restantes ingredientes.
As batatas, apesar de congeladas eram de muito boa qualidade e o molho caseiro de maionese que as acompanham era mesmo delicioso, até rapámos a caixinha!
Ainda tivemos oportunidade de falar com o dono, que claramente adora fazer isto! É ele que escolhe a carne, que as mistura, explicou nos a proporção que usa para dar sabor, os ingredientes que usa são escolhidos a dedo porque claramente têm muita experiência e sabem fazer isto a sério. Ficámos deliciados com a história e amor deles a este projeto.
Ficámos com pena do espaço não ter mesas, porque só com uma mesa, só dá mesmo para 4 pessoas lá dentro. E no verão vá, mais umas 4 pessoas cá fora. Com a qualidade que têm e um bom espaço, podiam estar sempre cheios.
Mas vamos com certeza dar a volta à carta muitas mais vezes, seja pela Uber eats ou a ir lá buscar ao local (até é fácil encostar o carro para ir lá num instantinho).
Bem malta, quem anda atento aos meus Insta Stories, sabe muito bem que falo a verdade quando assumo que consumimos demasiada comida mexicana, para duas pessoas normais.
Mas, como de normais temos pouco, claro que ficámos como duas crianças histéricas no dia de Natal quando fomos experimentar o Mex Factory pela primeira vez.
Como nota introdutória, posso dizer que sempre adorei ir ao LX Factory para "programinhas" de sair à noite. Já tenho muitas saudades de ir a um jantar com amigos, depois beber um copo num dos bares e quem sabe - já bastante fora de mim - entrar no Bosq (leia-se: BEM fora de mim e da lei de Deus, que eu já não tenho idade para essas coisas). Voltar ali, àquele espaço enorme onde fui tão feliz e onde podemos ter uma noite completa sem sair do mesmo sítio... o LX tem um ambiente incrível e difícil de descrever: onde o antigo conhece o novo, onde as paredes são obras de arte e as pessoas que lá passam, de todo o mundo.
Desta vez, fomos só para jantar, sem copos, sem noitadas... mas soube bem voltar. O Mex Factory está totalmente integrado neste conceito do LX Factory, meio fora da caixa, mas com muito estilo.
Quando entrámos no restaurante, a primeira coisa que saltou à vista foi o ringue de boxe. Tivemos aquele "wtf?" inicial, que passou bem rápido mal nos começámos a lembrar "ahhh yaaaaaaa lucha libre mexicana!". As paredes estão forradas com as máscaras clássicas destes lutadores tradicionais do México e toda a decoração fez sentido (na minha cabeça lenta)!
Decidimos reservar para uma quinta-feira porque gostamos de aproveitar as noites mais calmas dos restaurantes e, por incrível que pareça (para esta altura de pandemia e confinamento), estava bastante composto e super animado. Mas calma, digo isto como sendo um ambiente agradável e que nos trouxe segurança! O espaço é enorme, todas as mesas têm uma grande distância umas das outras e o local está sempre bem ventilado, não fossem a maioria dos espaços no LX Factory aqueles antigos armazéns gigantes, com as portas sempre escancaradas.
Já na mesa, trouxeram-nos o QR code num cartão para podermos começar o primeiro round: escolher o que provar. Esta é a fase mais difícil, onde vamos avaliar os nossos concorrentes só pelo nome e decidir restringir a escolha a alguns pratos, quando queremos mesmo provar todos (suas bestas, eu sei). Mas decidimos seguir a opinião de quem melhor sabe (do staff) para nos ajudar nesta escolha, para entradas: Tostada de Salmon e Quesadilla (para além do Pico de Gallo e Guacamole com Totopos que já estávamos a provar como... vá, pré-entrada!).
Vale meeeeeeesmo a pena pedir o Guacamole! É tão fresco, tão bem feito... Vale, vale!
Esta tostada consiste numa tortilha crocante com um ceviche de salmão delicioso por cima. Para quem gosta de ceviches como eu: "até lambe as patinhas"! A mistura de romã, milho, lima e "sabe Deus mais o quê" com o salmão embebido em lima... Nossa! Estava muito bem equilibrado de sabor.
As quesadillas, meus amigos, ganharam este combate mano-a-mano com o ceviche. Acharam que tinha adorado o anterior? Então "agora pensem"... Foi, sem dúvida alguma, das melhores quesadillas que comi na minha "vidinha cheia de comida mexicana no bucho"!
Vou-vos explicar porquê: a quesadilla estava recheada de cheddar (primeiro check - LM loves Cheddar), tinha carnitas al Pastor lá pelo meio (segundo check - bem recheada) e por último um estranho check... tinha duas coisas que eu habitualmente detesto: molho BBQ e ananás. Mas a combinação foi absolutamente perfeita! Ao ponto de eu amar algo que normalmente detesto. Incrível!
Passando para o próximo e último combate da noite na categoria de pesos pesados: Tacos contra Tacos. Estes são servidos em três unidades, mais uma vez por sugestão, fomos para os de Camarón e Bistek.
Os primeiros que atacámos foram os de camarão, não se assustem com o sinal de duas caveiras na intensidade do picante, porque tolera-se muito bem (para quem como eu, até gosta de picante muito moderado). As doses são muito generosas e os camarões bem gordinhos, o sabor da maionese de chili, com pepino, salsa, cebola e pimentos estava incrível.
Os Tacos de Bistek são compostos por pedaços de carne de novilho marinada, deitados numa camada de puré de feijão e um pimento padron frito "a cavalo". Além de estes pedaços estarem confecionados no ponto perfeito, estavam tenros e deliciosos. Os Tacos vêm sempre acompanhados de dois molhos: um de tomate e outro de picante, que aqui, só melhoravam a experiência de sabor.
Declarei empate nesta luta de tacos e decidi terminar os combates por falta de comparência do juri (não conseguia mesmo provar mais nada de tão satisfeita que estava). Para terminar em grande, pedimos a mousse de Aguacate. Abacate com cobertura de chocolate e crumble de amendoim, já tinha comido mousse feita à base de abacate mas misturada com o chocolate, assim em camadas foi a primeira vez. Estava bastante equilibrada, sem ser demasiado doce e o crumble confere aquele crocante perfeito.
A bebida que me acompanhou a noite toda, sim, porque foram umas boas duas horas de combate intenso, foi um Mojito de Maracujá que estava divinal! Passei um verão inteiro a fazer mojitos, mas nada que se compare a um destes, feito por quem sabe.
Bem malta, o que posso dizer como conclusão desta experiência?
A qualidade dos ingredientes e a dedicação na confecção dos pratos é notória no Mex Factory. É um restaurante mexicano caro? Não, mas também não é o mais barato (preço médio na Zomato para duas pessoas: 30€). Aqui, conseguimos entrar num espaço super agradável, com um ambiente incrível e experimentar pratos "a sério", pensados e cozinhados na perfeição. Todos os pratos que experimentámos, conseguimos identificar pequenos pormenores que faziam toda a diferença no equilíbrio dos sabores, que os faziam saltar da escala do bom, para o muito bom.
Acho que a comparação que posso fazer, parva claro, é quando tomamos a decisão de ir ao sushi. Podemos optar pelo bom, que não é caro, mas pagamos um pouco mais para comer como deve de ser. Ou optamos pelo sushi-chinês, barato que dói, tira a barriga da miséria, mas peca pela qualidade mediana (para não dizer fraca). Em Lisboa, temos várias opções de Mexicano mediano-baratíssimo onde saímos felizes e tiramos a barriga da miséria mas... comer Mexicano a sério, é num sítio como o Mex Factory.
Vou voltar? Ora pois vou com certeza! Para já, porque fiquei a saber que todos os fins de semana o restaurante abre o piso superior (que nesta noite não estava aberto). Para os dias mais solarengos, abrem a esplanada exterior, onde costumam ter presença de umDJ para animar os serões.
Imaginei-me logo ao sol... com aquele mojito maravilhoso na mão e a enfardar um burrito <3
Belas é uma das vilas mais surpreendentes da malha urbana de Lisboa. Pelo menos, para mim, tem sido uma surpresa descobrir os seus encantos.
Há uns dias atrás descobri uma quinta ao pé da igreja, a Quinta Nova da Assunção, que além de ter uma dimensão considerável de jardins para passear, também tem uma zona para pic-nics que me fez logo sonhar em tardes de domingo à sombra das árvores centenárias que rodeiam esse parque e claro, petiscar em cima de uma toalha vermelha aos quadradinhos. O palacete, apesar de fechado, é magnífico. Perdidos pelos quatro cantos da quinta, encontramos painéis de azulejos pintados com animais e figuras exóticas, as sebes verdes e alguma parte do jardim vão sendo mantidos e em certas partes quase que nos sentimos num labirinto, sempre a descobrir novos recantos sem saber bem onde estamos.
Após esta visita e uma passagem rápida pelos fofos de Belas (fui só confirmar que continuavam bons), bastou descer um pouco dessa avenida principal e vimos uma esplanada, bem cuidada e apetitosa para um final de tarde de imperiais e petisco. "Cotorinho", que nome engraçado!
A esplanada tem aqueles detalhes que nos fazem perceber de imediato que foi imaginada com cuidado: esplanada aberta mas que pode fechar para dias menos quentes, mesas e cadeiras bonitas, duas mesas feitas com paletes para grupos maiores. As paredes estão decoradas com heras, um cantinho mais natural e muito agradável de se estar.
O espaço lá dentro é relativamente pequeno, o que o torna bastante acolhedor. A casa onde construíram este restaurante é de traça antiga, na zona mesmo central e mais velha de Belas, esta foi toda remodelada e felizmente deixaram alguns traços da casa anterior. Alguns detalhes de pedra na parede, para lembrar como eram construídas antigamente, uma harmonia perfeita e a respeitar a história de outros tempos. São detalhes, mas são tão bonitos.
Mal sabia eu que o Cotorinho tem também uma história tão bonita. O Chef André Teixeira, responsável pela cozinha e dono deste espaço incrível, contou-nos com tal entusiasmo como o restaurante nasceu: o nome do espaço é uma homenagem aos membros da sua família, que para ele "são tudo". Cotorinho é um pequeno lugar na zona de Vila Real, a terra onde a sua família tem origem e também onde passou grandes temporadas da sua infância. Em Trás-os-Montes a boa comida é obrigatória e a arte de bem comer se exige. Todos os vinhos do Cotorinho são dessa zona e todos os pratos têm, de alguma forma ou de outra, o toque transmontano. A estrela da casa é, sem dúvida alguma, a Francesinha à Moda de Vila Real. É importante frisar a sua origem, porque ela é mesmo muito diferente das francesinhas de outras zonas. Como o próprio chef avisa: ou se ama, ou se odeia. Nós amámos, mas já vamos lá.
Sentámo-nos cá fora, não por uma questão de segurança mas porque nestes dias de verão é perfeito e todas as mesas, incluindo lá dentro, têm distância e estão impecáveis.
Começámos pelas entradas: dois croquetes acompanhados com mostarda e um pão de alho com queijo para partilhar. Todos nós sabemos que a Francesinha é um prato leve e o melhor seria não exagerar nas entradas... Mas digo-vos já que foi muito dificil manter a compostura com este pão de alho. Eu ficava ali, a noite toda com ele e imperiais! Mas, havia francesinhas para experimentar. E ainda bem!
Quando passámos ao verdadeiro ex-líbris do Cotorinho foi um misto de confusão e curiosidade. O molho é completamente líquido, nada a ver com o molho à moda do Porto. Quase que parece um caldo derramado por cima daquela sandes deliciosa cheia de coisas que nos fazem atingir o pico de colesterol num minuto. O sabor do caldo? Não consigo sequer explicar. Fiquei desde a primeira dentada até ao final a tentar perceber o que era "aquele sabor" sem conseguir perceber. Na minha família temos uma receita de molho de francesinha e habitualmente já consigo perceber os sabores... Se tem mais cerveja, se tem apenas carne ou também marisco... Mas aqui: zero. Não percebi e não identifiquei nada. Era só bom, delicioso, muito mas muito diferente. E penso que aqui, no molho, é que está a questão do amor-ódio. O meu esposo estava delirante, a adorar este molho que se entranhava facilmente no pão. Eu, estava a amar o sabor especial que este molho tem, intrigada mas feliz. Quem vai à espera de um molho à moda do Porto e não for "preparado" para esta diferença, pode não gostar, claro. Mas ainda bem que todos somos diferentes!
A parte que a meu ver se destacou mais (mais ainda!) foi a "sandes" em si. Nunca, mas nunca mesmo, tinha comido uma carne tão tenra dentro de uma francesinha. O bife era relativamente alto para uma sandes deste estilo, quase que a tocar o limite do possível para uma sandes poder ser cortada convenientemente, estava incrível. Nenhum enchido se destacava demasiado ao ponto de esconder o sabor dos outros: fiambre, mortadela e linguiça fresca.
Além das francesinhas ditas normais, ficou na minha wishlist provar a vegetariana... E toda a carta do restaurante.
Para terminar, apesar da limitação a nível do meu espaço interior, não podia sair dali sem provar uma sobremesa... Ai eu não me chamo LM Maria!!! Queria muito todas as sobremesas ao mesmo tempo (porque a gula é sempre maior que o estômago), mas acabámos por provar um género de um bolo de chocolate fresco com camadas de nata, estava simplesmente fresco e delicioso. Fez nos lembrar uma vianeta em formato de bolo. Muito bom mesmo e perfeito para uma sobremesa mais leve.
Ao escolher a francesinha como refeição, era humanamente impossível provar fosse o que fosse dos outros pratos da carta. Mas a minha curiosidade com os bifes e hamburgueres, após vários relatos da qualidade destes meninos, faz com que tenha de voltar muito em breve. E após esta primeira visita, ficou muito, mas mesmo muito claro que todos os pratos são de uma qualidade superior. E perguntam porquê? Porque o Chef André é apaixonado por este projeto. Não só dá logo para o perceber quando ele fala no conceito da casa, como a própria forma como descreve os pratos, os fornecedores, onde foi buscar as batatas, onde vai buscar a carne, os legumes... Tudo! Ouvi-lo dá mesmo muito gosto e muita vontade de voltar, para partilharmos esta paixão pela comida que nos é tão em comum.
Estou muito feliz com estas descobertas em Belas. Fico mesmo entusiasmada de ter encontrado estes refúgios perfeitos, mesmo ao lado de casa.
Ah! E como cereja no topo do bolo: tem Uber Eats e Too Good To go!
Estamos de passeio pelo Estoril, a aproveitar o bom tempo que espreita nestes primeiros dias de pseudo-verão em Maio... Pensamos: olha! A Hamburgueria do Estoril é já aqui ao lado! Vamos lá!
Depois de colocar uma moedinha no parquímetro do demónio, mesmo em frente ao Casino, encontramos esta hamburgueria no centro de congressos (centro que não sabia que existia sequer). O espaço tem uma esplanada agradável, parecia vazio, mas não! Por dentro as mesas estavam animadíssimas.
A decoração é engraçada, as mesas não são muitas e um pouco a reproduzir se como as enzimas (umas enzimas das outras - baduntssssss - esta era tão desnecessária)... Sentámo-nos na pior mesa, aquela que levas com a aragem sempre que alguém abre a porta... Nada que uma temperatura amena não ajude a suportar.
(Esta era a mesa onde devíamos ter ficado, mas tava ocupada quando chegámos e o meu querido esposo não quis mudar mesmo ainda não tendo pedido nada... Grrrr)
Fomos recebidos de forma bastante simpática, explicaram nos o menu, fizeram algumas sugestões que de forma fofinha recusámos: queremos carne, queijo e bacon. Tudo o resto é acessório. Para mim, grandes misturas só tiram o sabor autêntico de um bom hambúrguer, opiniões! Pedimos portanto dois Paredes (isto não soa bem, mas vocês percebem), para acalmar o bubu dois pastelitos de camarão e pedi uma limonada de maracujá espetacular.
Os pastéis de camarão estavam bons, acabadinhos de fazer e bem recheados. Cumpriram o seu objetivo e nem tiveram direito a foto tal era a fome.
Se eu soubesse o que sei hoje, saberia que não ia ter estômago para o que vinha a seguir:
Este monstro de seu nome Parede faz jus ao que a casa prega: produtos nacionais e de óptima qualidade. A carne era suculenta e saborosa, o bacon estava perfeito, o queijo... tenho muita pena que não coloquem mais. Tenho também a dizer que o ovo poderia estar um pouquinho mais passado (vinha com aquela clara ainda crua que me dá arrepios na espinha). As batatas eram "batatas verdadeiras", com aquele bocadinho de casca que faz aquela diferença no sabor e textura. Só tenho pena que o molho que acompanha, o clássico igual a todos os outros, não era suficiente para tanta batata (e gula).
Depois disto, apesar de estar a rebentar pelas costuras, achei que tinhamos de equilibrar os açúcares e experimentar as sobremesas. O meu querido esposo foi para uma clássica mousse de chocolate e eu, como tenho a mania que sou avant-garde, optei pelo Bla Bla Bla de chocolate (pesquisa rápida no Google: pavê de chocolate).
Cito as duas palavras que partilhei no Instagram sobre isto: ESCANDA - LOSO
Provavelmente das melhores sobremesas que comi nos últimos tempos. Um creme de leite por baixo, finas camadas de massa folhada e a terminar uma camada de chocolate delicioso. Espetacular! A mousse também era boa, mas perdeu toda a minha atenção em dois segundos.
Resumindo, saímos de lá extremamente satisfeitos e felizes. A simpatia do staff foi imensurável.