Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Para quem já me segue há algum tempo, acho que não é novidade nenhuma que uma das cozinhas que eu mais aprecio é a Italiana. Sabores totalmente imutáveis no meu paladar desde que me lembro de ser pessoa. Quando me aventurei a cozinhar as primeiras vezes, talvez influenciada pelos ingredientes que tinha à mão no frigorífico da mãe, era sempre uma massa ou uma "nheca à Lena" que mais tarde vim a descobrir que se assemelhava a um risotto muito tosco... Mas é isto: um amor muito grande a massa, queijo e sabores mediterrânicos.
Ir a um restaurante que já tem 20 anos de experiência e comandado pelo chef Rosario Corsa, italiano de gema, é um prenúncio de coisas boas e expectativas lá muito em cima. O Pátio Antico abriu em Paço de Arcos há mais de 20 anos, até tenho amigos que lá foram no seu primeiro encontro por ser exatamente um sítio "perfeito" para isso mesmo, agora encontramos a sua segunda casa no coração de Lisboa e num dos meus bairros preferidos - as Avenidas Novas. Este espaço já abriu há uns dois anos, mas devido a um incêndio e a uma posterior remodelação que não estava de acordo com o gosto dos donos, tem estado encerrado. Finalmente o restaurante reabriu portas com todo o seu esplendor, uma decoração simples mas muito cuidada, com aqueles detalhes no ponto e muito conforto.
Reservei mesa para as 20h, hora dos velhotes. A melhor hora para encontrar o restaurante calmo e para ter tempo de digerir tudo o que vou enfardar e conseguir ainda acordar às 06 da manhã para acabar a digestão. Os velhotes é que sabem!
Quando entrámos o ambiente era super calmo, fomos calorosamente recebidos e encaminhados para o fundo do restaurante onde a nossa mesa já estava à espera com algumas entradas: uma burratina de aspecto divinal, um carpaccio de salmão fumado, azeite e ainda uma cestinha de pão e grissinos caseiros. A burratina foi das melhores que comi até hoje, deitadinha numa cama de azeite e orégãos, desfazia-se a cada dentada, um sabor incrível! O salmão provei, mas infelizmente não consegui apreciar por recentes traumas com sushi :'( segundo o esposo, que comeu tudo, "estava bom" - mas para ele está sempre tudo bom.
Eu: "Estou gorda amor?"
Ele: "Está bom."
É isto, mesmo que tenha obesidade mórbida.
Bem, continuando com o que importa aqui: fomos recebidos pelo Sr. Miguel e pela simpática Salomé e ainda tivemos direito a um cumprimento do Chef. Ajudaram-nos com toda a paciência a descobrir a carta, gosto sempre de ouvir a opinião de quem sabe! Mas eu já tinha uma fisgada... na verdade duas! Foi atribuído o 2º lugar no ranking da MAGG das 10 melhores carbonaras para se comer em Lisboa, sem natas e sem cogumelos como manda a lei Italiana. Não podia perder isto por nada! E claro, a segunda fisga seria um belo carpaccio de vitela como entrada... Porque eu AMO carpaccio!
O Carpaccio estava de chorar por mais... A carne utilizada na casa é italiana, super fininha e bem temperada, com umas ervinhas por cima (adoro chamar ervas a rúcula, mas esta por acaso não sabia a relva de todo!), alcaparras e raspas de parmigiano. Este mix para mim, podia ser o jantar e "estava bom".
Eu pedi a carbonara, o esposo pediu umas almôndegas recheadas com queijo (penso que mozzarella, se não estou em erro) acompanhadas por ravioli recheados com queijo de cabra. Eu fiquei um pouco confusa com aquela escolha de almôndegas, quem é que pede almôndegas quando tens massa e risottos e tudo o que há de bom nesta vida, mas não podia ter sido mais parva neste à priori. Foram provavelmente das melhores almôndegas que comi nos últimos sei lá quantos anos, estavam suculentas, saborosas... e aquele queijo no centro de cada uma... oh meu Deus só de pensar já estou a babar de novo. Os ravioli estavam perfeitos, não consigo descrever de outra forma. Chorei a rir com a máquina que utilizam para raspar queijo parmigiano por cima dos pratos, que é automática e facilita em muito o trabalho da Salomé.
A Carbonara? Podia só vos dizer: vão lá e comam. Não se vão arrepender. Meto estas mãozinhas gordinhas no fogo por ela.
Mas não vou ficar por aqui: Não tem cá invenções à tuga, é uma carbonara a sério: pasta, pancetta, ovos e parmigiano. Não confirmei com o Chef, mas pelo que me apercebi a saboreá-la, a pancetta é refogada em cebola que carameliza de tal forma que parece que estamos a caminho do céu. A massa estava envolta naquele molho que não sabemos bem o que é, mas é cremoso... é delicioso, aquele sabor de queijo... OMG já tou a salivar outra vez que nem um cão de Pavlov. Para "arrebentar" com o colesterol: pedaços de pancetta crocante no topo para nosso êxtase total.
Não consigo mais do que isto. Não imaginam o que é para uma pessoa como eu, que acorda, respira e vive comida ir a um sítio assim onde entram com uma expectativa elevada e saem de lá surpresos.
Já não havia muito mais espaço em mim após todo este repasto dos Deuses que vos descrevi até agora... mas se há algo que eu aprecio nesta vidinha e não consigo recusar é Tiramisù. Foi um grande esforço? Não, teve mesmo que ser. E claro, há sempre aquele compartimento a mais no estômago para a sobremesa. Pedimos um "pratinho" para partilhar e veio um Titanic de tiramisù, este Sr. Miguel é preciso ter cuidado com ele... (um grande obrigada ao Sr. Miguel que nos recebeu com a maior simpatia e cordialidade). O tiramisù estava óptimo, até o esposo que não acha grande piada ao travo do álcool adorou este final.
Por mim, ficava a dormir ali. Já não me apetecia sair. Foi um daqueles momentos em que somos tão bem recebidos, sentimo-nos tão em casa e toda a experiência em si é tão óptima, que podíamos ficar lá sentados até nos expulsarem por já ser tão tarde. Se calhar o bom vinho e o copinho de grappa ajudaram a este sentimento, mas voltarei com certeza para o confirmar mais vezes.
Fiquei super feliz em descobrir também dois pormenores nesta visita: tem Zomato Gold e também Uber Eats. Como se calhar já repararam, sou ávida utilizadora dos dois e assim vou conseguir mais facilmente atingir o primeiro objectivo traçado: experimentar todos os pratos da carta. O segundo objectivo é ir ao espaço em Paço de Arcos, não há nada como conhecer a casa-mãe.
A todos os que ficaram curiosos em lá dar um saltinho: enviem mensagem, liguem, enviem um pombo, que eu sou bem capaz de alinhar nisso! :D
Sopa no pão... Sopa? No pão? Mas como no pão? - há dias assim, em que o meu cérebro não consegue deslindar os mistérios de uma sopa dentro de um pão... Ou melhor, até consegue imaginar a parte mais simples: uma sopa enfiada dentro de um pão! Mas depois vêm as perguntas:
- Como é que aquilo não empapa tudo e começa a verter sopa por todo o lado?
- Para não verter, oh meu Deus!, deve ser um pão rijo-comós-cornos!
- Mas como é que sopa dentro de um pão pode ser uma refeição? Isso é uma entrada! Sei lá, q'horror!
Mas pronto, depois de me calar um bocado, lá fomos nós lindas até ao Sopa no Pão para responder a todas estas dúvidas e experimentar a ementa. Estava bastante entusiasmada, porque não sabia mesmo ao que estava a ir.
A mesa já nos esperava com algumas entradas, não fosse eu chegar um pouco em cima da hora porque fui parar ao espaço da 5 de Outubro ao invés da Defensores de Chaves... My bad! Tudo o que lá estava tinha bom aspecto: ora eram queijinhos para espetar no mel, ora era tostinhas com paté de atum (deliciossssoooooo!), ora eram tostinhas com salmão fumado e um creme de queijo divinal... Ah claro!! E uma primeira pequenita amostra do que vinha aí: um pão com guacamole e frango. Também lá estavam uns sticks de cenoura e courgete para molhar numas maioneses com coisas, mas eu não lhes liguei nenhuma tal era a variedade de entradas para experimentar.
Na Sopa no Pão existem 3 tamanhos de prato que podemos pedir: o mini (que é do tamanho de uma empada, ou maiorzito vá), o médio (que já é uma tijelinha de sopa normal) e o grande (que é um tijelão grande). Estas "tijelas" que vos descrevo os tamanhos são o pão! Existem vários tipos: o normal que é pão Alentejano, o de cereais, de beterraba, milho... e de vez enquanto para fazer pairing com os pratos do mês podem também variar o tipo de pão.
A parte da sopa... oh meus meninos, aquilo é mesmo comida a sério dentro do pão... e o mais incrível, é que TUDO mas TUDO estava maravilhoso. Tão a ver quando a oferta é muita nós temos tendência a pensar que nada vai ser extraordinário? Aqui foi ao contrário... TUDO estava maravilhoso! Pedimos que o chef nos surpreendesse e que nos servisse nos pães maiores os melhores pratos de forma a partilhar e poder provar vários: Caril de peixe, Chili, Francesinha, Frango&Bacon com queijo, Strogonoff de frango e caldeirada de peixe.
Tenho a dizer que gostei de todos, mesmo a sério, mas se tivesse de escolher dois (que é o que vai acontecer em poucos dias) teria de dizer o Frango & Bacon e o Caril.
Todos os pratos estavam extremamente equilibrados, saborosos, aquela comida que nos traz aquele conforto quando precisamos de comer a sério ("comer a sério": se tens problemas com comida como eu, vais entender). O pão efetivamente ensopa um bocado o molho da própria comida, o que eu poderia achar que era mau, mas não é. Tão a ver quando no final de um granda strogonoff nós pegamos no pão para ensopar no molho do tacho e a nossa mãe começa aos gritos "isso não se faz que é uma falta de educação!!!" ? Pois é, aqui o pão já está ensopado ninguém pode reclamar! Opá, só de pensar já me estou a babar outra vez...
Fizemos um comboio de sobremesas (o que eu me ri com isto), então deu também para provar tudo: mousse de chocolate (bem boa!), baba de camelo, bolo de Kinder Bueno, arroz doce (não gostei muito porque sabia muito a limão...), panacota, mousse de lima... O que gostei mais foi mesmo a baba de camelo e mousse de chocolate (bem caseira)! Mas gostos são gostos... e ali há para todos!
Tenho vos a dizer que no final, saí super satisfeita. O atendimento foi mil estrelas, super mas super simpáticos e com paciência para nos descrever todo o conceito e pratos. É bom quando nos sentimos em casa! Além disto, epá, a comida é óptima. Não dá para descrever de outra forma, é simples e perfeita.
Poderia terminar por aqui, mas não.
Ainda há mais coisas maravilhosas: além de terem menus semanais onde o menu completo fica por 7€ (prato, bebida, sobremesa e café), têm também o rodízio de degustação aos sábados onde, por 11,90€, é possível experimentar tudinho, tudinho, tudinho! Dêm uma espreitadela no site deles: sopanopao.pt
O espaço Sopa no Pão do Oeiras parque tem Zomato Gold para poderem comer dois pelo preço de um! (se quiserem aproveitar o desconto para aderir e ir lá: LMNOTT )
Gostei tanto que estou só à espera do fim de semana para voltar lá!
Quando me falaram em Menu de Degustação do Pão à Mesa, comecei logo a imaginar pães caseiros a voar na minha direção enquanto susurravam: manteiga... manteiga... Se calhar estava sob o efeito de uma aspirina, mas na verdade o facto de ser uma degustação num restaurante onde o que se serve é comida portuguesa moderna, deixa-me sempre curiosa porque não sei de todo o que vai acontecer.
Como se calhar já sabem, eu tenho aquele problema de pessoa que gosta de comer e cozinhar: não costumo ir a sítios onde sei fazer o que vou comer e não querendo ser presunçosa, mas sendo, eu até me safo na cozinha! E ir a um restaurante comer um bife com batatas fritas acaba por não ser a minha cena, porque para isso faço o meu bifinho e batatas (no forno) em casa. Claro que aqui neste caso, já me estou a mandar para fora de pé: no Pão à Mesa não se serve bife com batata frita, q'horror! Servem-se pratos portugueses com aquele twist da cozinha moderna que eu sei ZERO fazer. Aquelas espuminhas, aquelas reduções do coiso flambé... e por isso é que me entusiasma tanto ir experimentar restaurantes como este. Ainda por cima com assinatura do Chef José Lopes, que já conquistou o meu coraçãozinho no Clube Lisboeta.
Quando cheguei ao restaurante (depois de apanhar um mega trânsito de final de dia, viva o Príncipe Real), fiquei logo a gostar da localização (apesar do trânsito) porque fica num dos meus locais preferidos para jantar e beber um copo depois, sem ter de andar de um lado para o outro. O restaurante tem uma decoração simples, cuidada e acolhedora, com aquela iluminação suave que é péssima para as fotos mas maravilhosa para o ambience. Cheio de referências, imagens e frases de várias personalidades como Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Amália... Boas referências ao espírito tuga!
O menu degustação é composto por 5 elementos, mas antes deles, veio o pãozinho a voar para a mesa (tal e qual como tinha sonhado), este é feito no próprio espaço e vem acompanhado de uma manteiga de açafrão divinal!
O primeiro momento foi o "Gaspacho e a nossa Conserva" - LM assustada como o catano - detesto conservas!!! Mas como boa foodie que sou, não se diz não a nada! NUNCA! E é nestes momentos que somos iluminados com a chapada-de-luva-branca-do-karma enquanto metemos aquele pedaço de cavala à boca e percebemos: eu andava enganada... Eu não "não gosto" de conservas, eu só não gosto das más! Aquele mix de gaspacho (que também poderia falar da minha péssima relação com o gaspacho, mas comparado com a cavala, nem vale a pena) com a cavala ligeiramente braseada ou sei lá eu o que era... estava maravilhoso...
O segundo momento chama-se "Camarão, Manga e Coco", uma combinação que me agradou só de seu nome. Quando chegou à mesa, gerou-se toda uma confusão porque mais parecia um torteloni-gigante-mal-fechado, mas calma, super bem apresentado! A questão é, aquela coisa que vocês vêem na foto em baixo trata-se de uma gelatina de manga que contém o tártaro de camarão e algures também ali no meio estará o coco... Foi aqui que o meu cérebro explodiu. Gelatina? Opá que coisa tão estranha e tão boa ao mesmo tempo! Isto, meus amigos, nunca saberia fazer em casa! Adorei este prato, adoro coisas que me baralhem o cérebro.
Em seguida, veio o Pernil de Porco à Alentejana. Os pedaços de pernil tinham um intenso e gostoso sabor a fumado, mas infelizmente, como não gosto muito de sentir gordura na carne, não consegui provar mais do que um pedaço (o que estava mais limpo). Eu sei quem ia adorar este prato: o meu querido esposo, que adora tudo o que tem pele e gordura à mistura. Aqui realmente só me safei, e muito bem, com as batatas bravas com maionese de coentros, que só tenho pena que não viessem mais! Eram muito boas mesmo!
Como quarto momento, serviram um Bacalhau, Escalivada e Batata. Ainda estou para descobrir o que significa escalivada (dois segundos para ir ao Google: It typically consists of roasted eggplant and bell peppers with olive oil, and sometimes onion, tomato, minced garlic, and salt). Ahhhh! Ok, era isso mesmo (sem a beringela, neste caso). A mistura de pimentos com o bacalhau estava interessante, a esmagada de batata muito saborosa. O facto de o prato ser regado, na mesa, com o azeite de alho torna-o tão mais interessante... e o bacalhau estava óptimo!
Last, but not least... O quinto e último momento desta degustação: Pastel de Nata e Moscatel!
Um pastel de nata desconstruído, mousse e suspiro de canela, gel e gelado de moscatel... Desde já, peço desculpa pelo gelado derretido a estragar a foto... mas dois segundos de distracção e dá nisto. Canseira! No entanto, também não ficou muito mais tempo a derreter. A sobremesa só podia estar divinal, a fazer pandam com os restantes pratos. A "nata" era tão saborosa, que podiam abrir uma "fábrica de natas desconstruídas" em Belém e ficavam ricos!
Só tenho a agradecer mais uma vez ao staff do Pão na Mesa pela espectacular experiência que nos proporcionou. O serviço foi excelente, sempre com paciência para nos explicar a carta toda... O Chef José Lopes mais uma vez me impressionou e conseguiu mudar a minha visão em relação ao tema "ir jantar fora comida portuguesa": há pessoas lindas que sabem cozinhar (eu) e depois há cozinheiros a sério (chef). Não há nada como apreciar pela "primeira vez" um pastel de nata ou um belo pernil de porco, aqui voltamos à estaca zero e experimentamos aquilo que comemos todos os dias de uma forma diferente.
Outro apontamento que gostaria de deixar: eu achava que para ter uma experiência de cozinha moderna em Lisboa era necessário ir às poupanças-reforma para o fazer, mas estava redondamente enganada... Este menu Degustação com 5 pratos (sim, 5 pratos!) fica apenas por 40€/pax.
Com certeza voltarei para provar o famoso "arroz de pato", que infelizmente não está nesta degustação mas estará em breve à minha frente!
O que há de melhor nesta "bida" do que acordar a um sábado - quem sabe após uma sexta à noite atribulada - e ir até um espaço que nos sirva aquele pequeno de almoço de hotel, sem ter a necessidade de efetuar aquele check-in chato? Aquela comidinha que efetivamente vai ser a nossa primeira refeição do dia, mas já não são horas decentes para lhe chamar pequeno almoço e, ao mesmo tempo, não podemos chamar-lhe almoço porque isso implicaria já termos comido algo... e por estes problemas horrendos de primeiro mundo tivemos de intitular esta refeição como Brunch? É isso... e é mesmo do melhor.
Como eu também há muita malta que até dispensa aquele típico brunch moderno neo-cenas que se servem em 99% dos espaços da capital, isto porque: ou servem cenas que eu faço em casa ou servem demasiados doces e coisas cheias de chocolate e fruta. Eu até me considero uma pessoa gulosa e adoro terminar todas as minhas refeições com aquele docinho maroto, mas há que entender que o que me satisfaz de manhã são mesmo cenas salgadas.
Para minha agradável surpresa, o Clube Lisboeta lançou uma carta de novos Brunchs que vêm satisfazer os meus desejos de pessoa-não-muito-dada-aos-doces-logo-de-manhã. Para me surpreender mais ainda, convidou-me para ir lá conhecer a nova carta.
O espaço é super bem decorado, nada daqueles espaços super fashions e trendy ao estilo novo rico, tem luz suficiente para não levar com grandes luzes artificiais nos olhos logo "de manhã" e com espaço para bastantes pessoas. A decoração é sóbria, simples e convidativa. Só mudava a música ambiente para um bossa nova e ficava perfeito! (fica a sugestão!)
O Chef José Lopes (ex-Chef executivo do Eleven) criou 3 opções de Brunch nesta nova carta, as três são muito semelhantes (todos têm as mesmas "entradas" e "sobremesas") e diferem apenas no prato que é servido como "principal". Felizmente, conseguimos provar as três opções para vos poder ajudar nesta extremamente difícil escolha.
O conceito desta nova carta é proporcionar uma experiência caseira: tudo feito de raiz no próprio restaurante - desde o pão, à massa fresca, à compota, etc - ter a melhor qualidade de ingredientes aliada a uma boa confecção.
Começámos com a parte comum aos três: as variedades de pão, salgados artesanais (pão com chouriço e umas bolinhas estilo Arancini de-li-ci-o-sas), ovos mexidos que estavam no ponto perfeito, uma pequena porção de feijoada que poderia ser perfeitamente a minha refeição inteira, ainda uns pedacitos de queijos variados (muito agradáveis), compota e manteiga ghee. Irrepreensível! Estes pormenores como ter manteiga ghee matam-me de felicidade.
Logo de seguida (que não foi assim tão de seguida, tendo em conta que eram imensas coisas para experimentar), apresentaram os três pratos principais que dão o nome a cada Brunch:
Brunch Ceviche - Este ceviche trouxe à minha memória os sabores do México: peixe bem fresco com um suave sabor a guacamole e pimentos, um taco de milho por cima super crocante para finalizar a textura do prato. Muito saboroso e bastante diferente.
Brunch Surf and Turf - Este hambúrguer foi a coisa mais difícil de aceitar... Leitão e camarão? No meu cérebro isto não fazia muito sentido, contudo, ao provar este bicho apercebi-me que não entendo nada de culinária moderna. Isto é efetivamente um mix que combina na perfeição (e olhem que eu não acho piadinha nenhuma a leitão), o chucrute de acelgas e o pão brioche fazem ali um pandam (pendant para os mais preciosistas) muito saboroso com os outros dois. Uma festa de doce e salgado acompanhada de batatinhas doces fritas bem crocantes e saborosas.
Brunch Massa Talharim - Por fim, provámos este último prato que sinceramente, não me chamou muito a atenção ao início... mas acabou por ser o meu favorito. A massa, como já tinha referido anteriormente, é fresca e caseira e isso, meus amigos, faz toda a diferença! Aquele molho verde de espinafres com óleo de trufa e o toque de avelãs fez-me lembrar um pouco o sabor a pesto (nada a ver), mas muito mais suave e saboroso. Os espinafres frescos traziam uma leveza ao prato e o ovo completava-o. Espetacular! Quando voltar, não tenho dúvidas em qual será o meu prato!
Por fim, e novamente voltando à parte comum aos três menus, serviram-nos as possíveis sobremesas do dia:
Duas panquecas - uma de creme de queijo e frutos vermelhos e outra de chocolate e banana - estavam boas, mas preferi a que tinha queijo creme.
Uma mousse de chocolate, que tinha um toque diferente mas não consegui identificar o sabor... Não seria a minha escolha como sobremesa no meio de tanta coisa boa!
Um bolo de chocolate, bastante denso e cheio de sabor. Só tinha um defeito: côco... Mas vá, isso é defeito meu né? Ainda andei ali a raspar o topo para tentar tirar o sabor, mas não me safei.
Tentando resumir algo que é difícil pôr em poucas palavras: eu até tinha dispensado os doces, estava extremamente satisfeita com todos os outros pratos. Este sim, é o Brunch que eu andava sempre à procura: mais virado para os pratos salgados, ingredientes de extrema qualidade e cozinhados no espaço... muito bem cozinhados! A apresentação do espaço e do Brunch fala por si, não há nada a apontar.
A parte mais chocante, é o preço. Engane-se quem acha que para comer bem é preciso pagar um absurdo!
16€ para uma pessoa e 28€ para dois. Sim, é o preço de um brunch em qualquer espaço e sim, este é servido por um Chef a sério.
NOTAS: Descobri que estes Pokés são os meus melhores amigos quando tenho aquele desejo de peixe cru! Opto por um "Mixed Seas" (versão Regular, a grande já é demasiado) e acreditem, compensa muito mais do que pedir uma caixinha de sushi minúscula com meia dúzia de peças pelo mesmo preço - porque não há cá all you can eat na Uber Eats...
Este prato é composto por arroz de sushi, um mix de atum e salmão, cebola roxa (que peço sempre para retirar, mas é a minha cena), ervilhas wasaby (awwwwwwww amo!), wakame, manga, cenoura e um molho ceviche que deixa tudo tão bem ligado! É super simples e quase sempre rápidos na preparação.