Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Já tinha ouvido um zum-zum sobre o Quintal há algum tempo... Falaram-me sobre um sítio bem escondido, tipo pérola no meio da Amadora, com uma decoração catita e comida boa. Ora, do que é que nós estávamos à espera para ir lá conhecer?
Quando chegamos à porta do Quintal, parece que o espaço está encerrado, mas não, a porta está propositadamente fechada e só entramos após tocar à campainha. Adoro este pormenor, parece que estamos mesmo a tocar à porta de casa de alguém que nos espera para jantar.
A entrada do espaço é amorosa, um Hall de entrada cheio de pormenores que ainda adensam mais esta narrativa de que estamos em casa de alguém, com um estilo muito kitsch, devo dizer.
Mais lá para dentro, uma sala composta por algumas mesas, um espaço muito acolhedor e com uma luz baixa (serve já de aviso para a qualidade das fotos, esta luz não ajuda nada aos foodies viciados em Instagram...). Para um jantar romântico ou calmo, acho que é um espaço perfeito!
O couvert é composto por pão feito no restaurante (amei a broa de milho) e manteiga aromatizada com ervas. Estava com apetite para uma boa carne, então quando encontrei bife do lombo no menu, fiquei extasiada porque era mesmo isso que me apetecia! Mas não sem pedir primeiro uns ovos rotos para partilhar. Ah! Sim, grande parte da carta é pensada para partilhar pratos e poder assim petiscar várias iguarias, de qualquer forma acabei por pedir o bife porque não saía mesmo da cabeça e deixei os petiscos para depois.
Os ovos rotos estavam bons, mas infelizmente os ovos estavam demasiado passados, que tornaram todo o petisco mais seco do que é costume. Sabor top, mas faltou ali aquele UAU...
Quando o bife chegou, percebi logo que tinha feito asneira... Mais batatas, mais presunto, mais ovo... e a única diferença seria a carne. Não pensei de todo que seria praticamente igual, mas só posso assumir que foi parvoíce minha. De qualquer forma, um bife do lombo é um bife do lombo.
O que correu mal? A minha expectativa. O bife "do lombo" afinal era mesmo "do lombo" (note-se as aspas). E não consigo muito bem compreender porque é que colocam "do lombo" se não é do lombo... A parte que me deixou um pouco desapontada é que notei o pormenor das aspas antes de pedir, e perguntei à funcionária que nos atendeu o porquê de ter as aspas - ela disse que não sabia - perguntei "então mas é bife do lombo ou não é?" e ela encolheu os ombros. Pedimos na mesma, porque achámos que não faria sentido fazerem tal coisa... Era mesmo "do lombo" (estou a ser irónica, porque não era do lombo, claro... e agora fiquem tão confusos quanto eu fiquei!).
Final das contas: o bife estava bom, mas mais uma vez. Meh
Não fiquei convencida que este sítio, que tanto já me tinham falado bem, seria tão grande desilusão... Então minha gente, agarrei no telemóvel e encomendei para casa, passado uns bons dias, outros pratos para provar e tirar as teimas. E qual é o meu espanto? Estavam ótimos!!! Provei o pica-pau de novilho, o risotto de camarão com manga e caril (o meu favorito!), o risotto de cogumelos... e gostei de tudo, nada a ver com este "azar". Voltei lá mais tarde com uma amiga ao restaurante mesmo, e pedi novamente o risotto de camarão, espetacular!
Por isso meus queridos, às vezes só uma visita não basta... pode haver algum dia em que a nossa escolha foi parva e também um dia mau na cozinha (quem nunca?).
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Mas há algo que tenho de deixar de sugestão ao restaurante:
1- Sirvam bife do lombo sem aspas
2- Sirvam bife do "lombo" mas avisem os clientes que não é
3- Ou tirem só as aspas, por favor, isso confunde muito...
Num dos nossos dias de férias no Algarve, decidimos ir jantar a Faro para nos encontrar com um casal amigo, também de férias por lá. Foi assim um local decidido a meio caminho, para ser mais conveniente.
Como já tinha relatado num post anterior da saga "LM em férias no Algarve", a coisa mais complicada em escolher um restaurante para jantar por aqui é não ter tudo ali à mão na app da Zomato (é recente por lá, mas os Algarvios hão de perceber que não se vive sem ela!). Depois de mais uma bela pesquisa pelos confins do Google, lá encontrei esta referência: Restaurante À do Pinto.
Apesar de me parecer ao início um restaurante um pouco "para turistas", também por se localizar bem no centro de Faro, as reviews no TripAdvisor e mesmo no Google eram também de Portugueses e pareciam muito convidativas. Nada como ver para querer! Sem ter muita paciência para fazer maior pesquisa e numa de arriscar, liguei e reservei mesa para quatro.
Já tínhamos estado em Faro o ano passado, quando fomos fazer o passeio pela Nacional 2 e, por acaso, não passámos por aquele espaço, mas andámos lá perto! Quando chegámos à esquina onde o À do Pinto fica, todas as mesas estavam ocupadas e parecia um local muito animado. O restaurante é pequeno no interior e tem uma esplanada com algumas boas mesas, numa rua onde não passam carros. Felizmente, guardaram-nos uma mesa no interior, foi provavelmente a noite mais fria que tivemos nas férias. Quando fui ao WC lavar as mãos, passei pela cozinha, era mesmo ali ao lado... tudo muito pequenino, com um ar muito acolhedor, senti que estava na casa de alguém.
Os empregados são de uma extrema simpatia, trouxeram-nos a ementa e foram rodopiando por todas as mesas enquanto tomávamos a difícil escolha do que partilhar entre todos. A carta é simples: tem vários pratos tradicionais e alguns petiscos. Como queríamos experimentar vários pratos e petiscos, decidimos pedir um queijo queimado com tomilho (5€), bochechas de porco (9€) e uma açorda de camarão (20€) - açorda esta que já tinha lido algures que dava perfeitamente para 3 pessoas.
O queijo queimado com tomilho foi uma óptima escolha para entrada porque, apesar de se ver em muitos restaurantes queijos semelhantes, o tomilho por baixo do queijo faz toda a diferença no sabor final. Pena que é um queijo pequeno para quatro pessoas. Não tirei foto do bicho porque foi atacado e acabou por passar...
De seguida vieram as bochechas de porco. Aqui, não posso falar muito. Provei e tinha um sabor "caseiro da avó". Como não sou grande apreciadora de carnes com muita gordura, deixei a minha parte para os meninos se deliciarem. Tudo o que posso dizer é que ouvi: "Oh meu Deus são as melhores bochechas que já comi!" / "LM, opá tu experimenta isto! A carne desfaz-se!" (foi aí que provei, só para não dar parte fraca) / "Podemos pedir outro?"
Eles foram queridos em querer insistir para partilhar, mas o meu objectivo era este: mais açorda! (muah muah muahhhh)
A açorda. O que posso dizer sobre ela sem repetir o que eles disseram sobre as bochechas?
Não, não dá. Vou repetir: Foi das melhores açordas de camarão que comi na minha vida!
Estava deliciosamente bem feita. Nem pão a mais, nem pão a menos. Húmida, sem estar demasiado molhada. MONTES de camarões, não há cá "unhas de fome" (não sei se esta expressão se usa no país todo, mas é a mesma coisa que ser sovina). Sei lá eu como posso mais descrever isto! Estava divinal. E aquele comentário que tinha lido algures estava mais que certo, dava perfeitamente para 3 pessoas! Neste caso, com os outros petiscos, deu para 4 e ficámos super satisfeitos ao ponto de nem querermos sobremesa.
Contudo, o staff não nos deixou terminar a refeição por ali. De forma super, mas super amável, ofereceram-nos um xiripiti (do staff mesmo, não está à venda) de um género de aguardente caseira de figo. Brindámos àquele repasto, àquela gente tão bonita, ao serviço e à comida maravilhosa.
Tivemos a sorte de conhecer o Sr. Pinto, um homem cheio de ideias e vontade de fazer bem. E que bem que o faz! Esperamos voltar em breve e, sem dúvida alguma, quando estivermos pela zona, mesmo que na outra ponta do Algarve, vai sempre valer a pena a viagem por este espaço que, meus amigos, não se enganem pelo seu pequeno tamanho... é muito grande em boa comida!
Admito que ando há uns tempos para escrever sobre este sonho.
Talvez porque não queira acordar dele ou, porque de facto é uma memória que quero guardar tão bem, que vou fingir para mim mesma que ainda não aconteceu. É só um sonho.
Já vamos em 2 meses de encarceramento no local mais seguro das nossas vidas: a nossa casa. Este sonho, esta memória, tem sido uma bóia de salvação para relembrar que houve dias muito bons e que vão voltar.
Este foi último jantar que fui antes de a nossa vida virar de pernas para o ar.
É uma memória tão boa, mas tão tão boa, que dói relembrar.
Ainda ponderei só vos contar quando tudo isto tivesse acabado, mas decidi não o fazer por dois motivos:
1) Estamos quase lá e já podem começar a pensar em fazer disto um plano (em breve).
2) A Taberna Grande tem take-away e delivery (se viverem perto, estão com sorte!)
Começando o que já devia ter começado:
Fui conhecer a Taberna Grande num jantar de grupo bastante animado, desconhecia de todo o espaço e tenho de ser franca: sempre que vou a Setúbal, é choco-frito com elas! A Taberna Grande já existia, mas foi renovada e tem nova gerência.
O espaço fica perto da Marina, mas longe da confusão do centro por isso conseguimos estacionar o carro mesmo à porta. Avistamos logo uma esplanada de madeira bem gostosa, a pedir aquelas noites de verão pós-praia, era ali mesmo. Entrámos e o espaço é: UAU! A decoração é linda, rústica mas com aqueles apontamentos de quem teve atenção ao mínimo detalhe. Por um lado, fez-me lembrar uma cave de vinhos, mas com um toque ainda mais refinado e convidativo para umas boas jantaradas e noitadas.
É daqueles espaços que entramos para jantar mas acabamos às 4 da manhã a jogar às cartas para terminar só mais uma garrafinha de vinho (não me matem por isto, claro que só com a comparência e aprovação do staff na mesa da cartada).
A nossa mesa estava preparada, mas enquanto esperamos que todos chegassem, bebemos uns aperitivos e pude experimentar Gin de Setúbal (Real Gin) que foi uma surpresa muito agradável.
As entradas estavam cuidadas e bem ao gosto do meu palato: pão de várias qualidades, queijos regionais maravilhosos, enchidos e peixinhos-da-horta acompanhados com molho tártaro divinal (julgo que ficava a noite toda neles)!
Isto tudo bem regado com um ótimo vinho tinto, estava pronta para não sair mais dali.
Experimentamos também alguns dos petiscos que são servidos na casa: lulas recheadas, cachupa e bochechas de porco com vinho tinto. A cachupa foi sem dúvida a minha preferida, apesar de ter ficado bastante perplexa por ter-me atirado às lulas como nunca (quando normalmente nem lhes toco!)
Como prato principal principal (e não, não foi erro, digo-o duas vezes porque eu julgava que o menú tinha terminado nos petiscos) pudemos lambuzar-nos com grandes tábuas de carne (dose muito generosa) cozinhadas na perfeição, acompanhadas com ananás grelhado e umas batatas gratinadas do demónio (note-se que quando uso a expressão "do demónio" é porque eram mesmo muito boas).
Para finalizar, já sem muito espaço para tal, escolhi um pudim de palitos lá reine e ainda pude dar umas colheradas nas sobremesas alheias sem ofender ninguém.
Como consigo resumir isto? A Taberna Grande é daqueles espaços que vamos querer voltar muitas vezes, não só porque a comida é óptima mas, porque o ambiente e staff nos fazem querer voltar. Todos os pratos têm qualidade, não há um que não se note logo o detalhe com que foi criado.
E o mais engraçado é que apesar de ser um pouco longe de Lisboa, sei que lá vou voltar muitas vezes. Não sei bem quando, neste momento.
Mas se há plano que eu já gostava e agora sonho com ele todos os dias, é ir passar um dia inteiro nas praias da Arrábida e acabar com um final de dia na esplanada da Taberna: beber aquela cervejinha fresquinha com peixinhos-da-horta e cachupa.
Hoje venho vos contar a história de como descobri o Trieste. E de como às vezes perdemos oportunidades de conhecer algo maravilhoso porque simplesmente julgamos a sua aparência.
Isto podia ser uma história para crianças, daquelas onde o monstro se torna no príncipe encantado mas o que importa realmente é o seu interior. Pois já chega de merdas, é mais ou menos isso.
Não me lembro muito bem porquê, mas estávamos super atrasados para almoçar e queríamos pizza. Naquela segunda-feira, queríamos mesmo ir à nossa pizzaria do costume mas é o dia de folga semanal... Lembro-me de pesquisar no Zomato alguma alternativa, de preferência com Gold para aproveitar aquele dois por um malandro.
Trieste
Já tinha passado mil vezes os olhos neste nome. Mas nunca, nunca quis lá ir. Porquê? Porque comecei logo aqui o julgamento:
"Fica no Cacém e é um bocado fora de mão!"
"Epa, eu gosto mesmo da minha pizzaria favorita."
Mas naquele dia teve de ser. Lá meti o GPS para a morada deles e seguimos. O meu querido esposo reconheceu a zona, incrível como o restaurante fica numa rua de um sentido onde só podem passar moradores, muito perto da loja do cidadão do Cacém. Estacionámos o carro a meia dúzia de metros e descemos em direção ao espaço. Começo a ficar confusa, não vejo nada. Olho para um prédio perto da zona que o GPS indica, parece que temos de subir umas escadas e há de ficar ali, naquelas arcadas. Ok... Vejo uma placa "Trieste Pizzaria e Sushi".
"Pára!" - grito - "Eu não vou comer a um sítio que diz pizza e sushi!!!!"
Eu sei, podem julgar-me, mas eu acho esta combinação uma ofensa às duas cozinhas. Nunca percebi e não me venham com a treta que quem não gosta de sushi come pizza e vice versa.
Eu já não queria MESMO ir, mas o meu esposo (abençoado seja ele por isto) chamou-me à razão que eram quase 3 da tarde e não íamos conseguir comer uma pizza em mais lado nenhum.
Um pouco contrariada, mas cheia de fome, lá subi as escadas e encarei.
"Encaraste o quê?" - Perguntam vocês.
Encarei um restaurante sem vida, vazio, mal decorado e sem ponta por onde se pegue. Tipo tasco, mas sem identidade.
Receberam-nos com grande simpatia, não se importaram com a nossa hora tardia (ou pelo menos foram simpáticos o suficiente para não o mostrar, porque até eu estava envergonhada) escolhemos a mesa e analisámos a carta (que tanto me confunde): uma parte de pizzas, outra de sushi. Epa... Pronto, pedimos duas pizzas.
Continuei a olhar à volta e a reparar nos pormenores em conjunto com o esposo: a TV a passar música, nós ali sozinhos, a cerveja super barata, toda a carta com preços super acessíveis. Não estava com muita expectativa.
Atrás de nós, o pizzaiolo inicia a sua arte: noto logo que está a estender a massa, o forno atrás é próprio para pizzas... Não é que perceba muito do assunto, mas ao menos não eram pizzas congeladas. Quando as pizzas chegam à mesa: uau, eram bem grandes para uma pizza média. Tinha cogumelos frescos, uau, isso é um bom indicador. Tinham um aspeto incrível, estávamos admirados. Começamos a comer.
Amigos, é aqui que começa a chapada de luva branca na minha própria cara. "CUM CARAÇAS" é pouco para descrever a minha reação. Eu estava a comer uma pizza divinal por um preço absurdamente desproporcional para o que estava a experimentar. As pizzas estavam divinais.
DIVINAIS!
Ficamos estupefactos, mal conseguíamos falar um com o outro. Tínhamos sido tão maus ao julgar o espaço. O dono do espaço vem ter conosco e pergunta se estamos a gostar, quase que nos engasgamos em elogios. Ele começa a desenrolar a sua história (agora vai um bocado inception ok?):
Ele, pizzaiolo e dono do espaço, decidiu deixar o seu antigo trabalho e abrir um espaço seu. Porque há anos que fazia pizzas, sabia que eram divinais e decidiu arriscar. Mas as coisas não estavam a correr como ele imaginou e o irmão, sushiman, decidiu juntar-se a ele para o ajudar. Tanto ele como o irmão, passaram por vários restaurantes que não vou referir aqui (mas porra, é um currículo do caraças!) e acreditaram que os dois juntos iam conseguir juntar o melhor de si.
Nem passado uma semana estávamos lá batidos a experimentar o sushi do irmão.
Neste momento (em que estou aqui a escrever) estou a abanar a cabeça sem conseguir perceber como vos vou contar isto: eu acho, mesmo a sério, que este foi um dos melhor sushi que comi na minha vida. Vamos ser sinceros, já fui a sítios melhores, mas com esta qualidade e este preço? Isto bate 9,5 em cada 10 sushis em Lisboa que cobram o triplo do preço.
Apresentação dos pratos: cuidada
Confeção das peças: perfeita
Arroz: bate a maioria dos restaurantes
Algas: crocantes
Peixe: fresco e variado
Querem mais?
Não consigo.
Ando para escrever este review há meses e não tenho tido tanto tempo quanto queria... Mas hoje foi o dia, e sabem porquê? Porque descobri que eles estavam disponíveis na Uber Eats e pedi um combinado de 44 peças (que veio muito bem apetrechado!), queria voltar a tirar fotos, a ter a certeza que não era um sonho e escrever este review com toda a vontade. É dos poucos sítios que me consegue pôr a comer em total silêncio, a abanar a cabeça de prazer e a ficar abismada com a qualidade do que tenho à minha frente por um preço injustamente baixo (contra mim falo, que não sou rica nem ando a comer lá de borla!!! Mas eles merecem este reconhecimento!)
Se eu pudesse, dava 6 estrelas. O Trieste é sem dúvida alguma uma pérola escondida no Cacém.
Se conseguirem não julgar pelo espaço, aconselho vivamente a dar lá um salto para experimentar, seja pizzas ou sushi. (Isto quando a quarentena acabar ok?!)
Se viverem na zona, é o melhor Uber Eats / Glovo que podem pedir. Não se vão arrepender.
Sopa no pão... Sopa? No pão? Mas como no pão? - há dias assim, em que o meu cérebro não consegue deslindar os mistérios de uma sopa dentro de um pão... Ou melhor, até consegue imaginar a parte mais simples: uma sopa enfiada dentro de um pão! Mas depois vêm as perguntas:
- Como é que aquilo não empapa tudo e começa a verter sopa por todo o lado?
- Para não verter, oh meu Deus!, deve ser um pão rijo-comós-cornos!
- Mas como é que sopa dentro de um pão pode ser uma refeição? Isso é uma entrada! Sei lá, q'horror!
Mas pronto, depois de me calar um bocado, lá fomos nós lindas até ao Sopa no Pão para responder a todas estas dúvidas e experimentar a ementa. Estava bastante entusiasmada, porque não sabia mesmo ao que estava a ir.
A mesa já nos esperava com algumas entradas, não fosse eu chegar um pouco em cima da hora porque fui parar ao espaço da 5 de Outubro ao invés da Defensores de Chaves... My bad! Tudo o que lá estava tinha bom aspecto: ora eram queijinhos para espetar no mel, ora era tostinhas com paté de atum (deliciossssoooooo!), ora eram tostinhas com salmão fumado e um creme de queijo divinal... Ah claro!! E uma primeira pequenita amostra do que vinha aí: um pão com guacamole e frango. Também lá estavam uns sticks de cenoura e courgete para molhar numas maioneses com coisas, mas eu não lhes liguei nenhuma tal era a variedade de entradas para experimentar.
Na Sopa no Pão existem 3 tamanhos de prato que podemos pedir: o mini (que é do tamanho de uma empada, ou maiorzito vá), o médio (que já é uma tijelinha de sopa normal) e o grande (que é um tijelão grande). Estas "tijelas" que vos descrevo os tamanhos são o pão! Existem vários tipos: o normal que é pão Alentejano, o de cereais, de beterraba, milho... e de vez enquanto para fazer pairing com os pratos do mês podem também variar o tipo de pão.
A parte da sopa... oh meus meninos, aquilo é mesmo comida a sério dentro do pão... e o mais incrível, é que TUDO mas TUDO estava maravilhoso. Tão a ver quando a oferta é muita nós temos tendência a pensar que nada vai ser extraordinário? Aqui foi ao contrário... TUDO estava maravilhoso! Pedimos que o chef nos surpreendesse e que nos servisse nos pães maiores os melhores pratos de forma a partilhar e poder provar vários: Caril de peixe, Chili, Francesinha, Frango&Bacon com queijo, Strogonoff de frango e caldeirada de peixe.
Tenho a dizer que gostei de todos, mesmo a sério, mas se tivesse de escolher dois (que é o que vai acontecer em poucos dias) teria de dizer o Frango & Bacon e o Caril.
Todos os pratos estavam extremamente equilibrados, saborosos, aquela comida que nos traz aquele conforto quando precisamos de comer a sério ("comer a sério": se tens problemas com comida como eu, vais entender). O pão efetivamente ensopa um bocado o molho da própria comida, o que eu poderia achar que era mau, mas não é. Tão a ver quando no final de um granda strogonoff nós pegamos no pão para ensopar no molho do tacho e a nossa mãe começa aos gritos "isso não se faz que é uma falta de educação!!!" ? Pois é, aqui o pão já está ensopado ninguém pode reclamar! Opá, só de pensar já me estou a babar outra vez...
Fizemos um comboio de sobremesas (o que eu me ri com isto), então deu também para provar tudo: mousse de chocolate (bem boa!), baba de camelo, bolo de Kinder Bueno, arroz doce (não gostei muito porque sabia muito a limão...), panacota, mousse de lima... O que gostei mais foi mesmo a baba de camelo e mousse de chocolate (bem caseira)! Mas gostos são gostos... e ali há para todos!
Tenho vos a dizer que no final, saí super satisfeita. O atendimento foi mil estrelas, super mas super simpáticos e com paciência para nos descrever todo o conceito e pratos. É bom quando nos sentimos em casa! Além disto, epá, a comida é óptima. Não dá para descrever de outra forma, é simples e perfeita.
Poderia terminar por aqui, mas não.
Ainda há mais coisas maravilhosas: além de terem menus semanais onde o menu completo fica por 7€ (prato, bebida, sobremesa e café), têm também o rodízio de degustação aos sábados onde, por 11,90€, é possível experimentar tudinho, tudinho, tudinho! Dêm uma espreitadela no site deles: sopanopao.pt
O espaço Sopa no Pão do Oeiras parque tem Zomato Gold para poderem comer dois pelo preço de um! (se quiserem aproveitar o desconto para aderir e ir lá: LMNOTT )
Gostei tanto que estou só à espera do fim de semana para voltar lá!