Pasta-expert ***
Master na arrumação da caixa de sushi ***
Doutoramento na cozinha do desenrrascanço ***
Veggie Friendly ***
Viciada em comer-fora e arruinar carteiras
Quando me falaram em Menu de Degustação do Pão à Mesa, comecei logo a imaginar pães caseiros a voar na minha direção enquanto susurravam: manteiga... manteiga... Se calhar estava sob o efeito de uma aspirina, mas na verdade o facto de ser uma degustação num restaurante onde o que se serve é comida portuguesa moderna, deixa-me sempre curiosa porque não sei de todo o que vai acontecer.
Como se calhar já sabem, eu tenho aquele problema de pessoa que gosta de comer e cozinhar: não costumo ir a sítios onde sei fazer o que vou comer e não querendo ser presunçosa, mas sendo, eu até me safo na cozinha! E ir a um restaurante comer um bife com batatas fritas acaba por não ser a minha cena, porque para isso faço o meu bifinho e batatas (no forno) em casa. Claro que aqui neste caso, já me estou a mandar para fora de pé: no Pão à Mesa não se serve bife com batata frita, q'horror! Servem-se pratos portugueses com aquele twist da cozinha moderna que eu sei ZERO fazer. Aquelas espuminhas, aquelas reduções do coiso flambé... e por isso é que me entusiasma tanto ir experimentar restaurantes como este. Ainda por cima com assinatura do Chef José Lopes, que já conquistou o meu coraçãozinho no Clube Lisboeta.
Quando cheguei ao restaurante (depois de apanhar um mega trânsito de final de dia, viva o Príncipe Real), fiquei logo a gostar da localização (apesar do trânsito) porque fica num dos meus locais preferidos para jantar e beber um copo depois, sem ter de andar de um lado para o outro. O restaurante tem uma decoração simples, cuidada e acolhedora, com aquela iluminação suave que é péssima para as fotos mas maravilhosa para o ambience. Cheio de referências, imagens e frases de várias personalidades como Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Amália... Boas referências ao espírito tuga!
O menu degustação é composto por 5 elementos, mas antes deles, veio o pãozinho a voar para a mesa (tal e qual como tinha sonhado), este é feito no próprio espaço e vem acompanhado de uma manteiga de açafrão divinal!
O primeiro momento foi o "Gaspacho e a nossa Conserva" - LM assustada como o catano - detesto conservas!!! Mas como boa foodie que sou, não se diz não a nada! NUNCA! E é nestes momentos que somos iluminados com a chapada-de-luva-branca-do-karma enquanto metemos aquele pedaço de cavala à boca e percebemos: eu andava enganada... Eu não "não gosto" de conservas, eu só não gosto das más! Aquele mix de gaspacho (que também poderia falar da minha péssima relação com o gaspacho, mas comparado com a cavala, nem vale a pena) com a cavala ligeiramente braseada ou sei lá eu o que era... estava maravilhoso...
O segundo momento chama-se "Camarão, Manga e Coco", uma combinação que me agradou só de seu nome. Quando chegou à mesa, gerou-se toda uma confusão porque mais parecia um torteloni-gigante-mal-fechado, mas calma, super bem apresentado! A questão é, aquela coisa que vocês vêem na foto em baixo trata-se de uma gelatina de manga que contém o tártaro de camarão e algures também ali no meio estará o coco... Foi aqui que o meu cérebro explodiu. Gelatina? Opá que coisa tão estranha e tão boa ao mesmo tempo! Isto, meus amigos, nunca saberia fazer em casa! Adorei este prato, adoro coisas que me baralhem o cérebro.
Em seguida, veio o Pernil de Porco à Alentejana. Os pedaços de pernil tinham um intenso e gostoso sabor a fumado, mas infelizmente, como não gosto muito de sentir gordura na carne, não consegui provar mais do que um pedaço (o que estava mais limpo). Eu sei quem ia adorar este prato: o meu querido esposo, que adora tudo o que tem pele e gordura à mistura. Aqui realmente só me safei, e muito bem, com as batatas bravas com maionese de coentros, que só tenho pena que não viessem mais! Eram muito boas mesmo!
Como quarto momento, serviram um Bacalhau, Escalivada e Batata. Ainda estou para descobrir o que significa escalivada (dois segundos para ir ao Google: It typically consists of roasted eggplant and bell peppers with olive oil, and sometimes onion, tomato, minced garlic, and salt). Ahhhh! Ok, era isso mesmo (sem a beringela, neste caso). A mistura de pimentos com o bacalhau estava interessante, a esmagada de batata muito saborosa. O facto de o prato ser regado, na mesa, com o azeite de alho torna-o tão mais interessante... e o bacalhau estava óptimo!
Last, but not least... O quinto e último momento desta degustação: Pastel de Nata e Moscatel!
Um pastel de nata desconstruído, mousse e suspiro de canela, gel e gelado de moscatel... Desde já, peço desculpa pelo gelado derretido a estragar a foto... mas dois segundos de distracção e dá nisto. Canseira! No entanto, também não ficou muito mais tempo a derreter. A sobremesa só podia estar divinal, a fazer pandam com os restantes pratos. A "nata" era tão saborosa, que podiam abrir uma "fábrica de natas desconstruídas" em Belém e ficavam ricos!
Só tenho a agradecer mais uma vez ao staff do Pão na Mesa pela espectacular experiência que nos proporcionou. O serviço foi excelente, sempre com paciência para nos explicar a carta toda... O Chef José Lopes mais uma vez me impressionou e conseguiu mudar a minha visão em relação ao tema "ir jantar fora comida portuguesa": há pessoas lindas que sabem cozinhar (eu) e depois há cozinheiros a sério (chef). Não há nada como apreciar pela "primeira vez" um pastel de nata ou um belo pernil de porco, aqui voltamos à estaca zero e experimentamos aquilo que comemos todos os dias de uma forma diferente.
Outro apontamento que gostaria de deixar: eu achava que para ter uma experiência de cozinha moderna em Lisboa era necessário ir às poupanças-reforma para o fazer, mas estava redondamente enganada... Este menu Degustação com 5 pratos (sim, 5 pratos!) fica apenas por 40€/pax.
Com certeza voltarei para provar o famoso "arroz de pato", que infelizmente não está nesta degustação mas estará em breve à minha frente!
Não sei como começar este review. Não sei como descrever esta experiência sem cair num cliché... "Aiii LM porque quando és convidada para ir a algum sítio tens sempre que dar reviews maravilhosos", não é bem assim. Mas aqui vai acontecer, e com todo o mérito do Big Fish Poke.
Quando lá cheguei à porta, fiquei parva a apreciar o magnífico vitral a imitar as escamas dos peixes, já me esperavam com um sorriso gigante na cara. Toda a equipa é 5 estrelas e acolheram nos como família. As mesas são praticamente inexistentes (andam duas lá escondidas) porque o grande "tcharam" do espaço é o balcão (ao estilo japonês) que compõe a maioria dos lugares. Vista privilegiada para toda a preparação do que vamos provar!
Eu não tenho grande experiência gastronómica em bowls e cenas dessas, mas conheço três coisas que andavam por ali: peixe cru, arroz de sushi e algas. É a minha praia! E na verdade, os bowls apesar de terem origem havaiana, a sua influência é claramente japonesa!
Depois de uma introdução ao conceito e história do espaço, onde ficamos a saber que esta malta sabe bem o que está a fazer, o Big Fish passou a ser para mim uma referência para Pokes ainda antes de provar o que vinha dali! É muito gratificante saber que estes projetos são pensados a sério, são estudados meticulosamente, a qualidade dos produtos está acima de tudo... Até vieram pros do USA para conceber a carta! Acima de tudo, fazem pokes com todo o respeito à tradição havaiana e que nada têm a ver com aqueles pokes dos centros comerciais. Como diria a minha bisavó, "na há cá misturas"!
O chef Luís Gaspar após esta introdução, mostrou nos o tamanho do bicho que foi utilizado no jantar e digo-vos que meteu respeito (não aconselho a seguinte foto a pessoas Vegan)!
Começámos as entradas por um snack de base arroz desidratado com atum, salmão e corvina. Estes snacks são diferentes todos os dias porque são utilizadas as aparas dos peixes (que nos bowls, devem ser cubos perfeitos como manda a própria origem do nome poke=pedaço). 10 pontos na sustentabilidade! Yey
Também Tuna Musubi, que é um gênero de um rolo de sushi mas em rectângulo e ainda um Tuna Tartare com ovo de codorniz e ananás braseado. Tudo maravilhoso devido a 3 coisas que eu amo: peixe imaculado, arroz perfeito, boa confeção!
Entretanto perdi um bocadinho o foco com o cocktail que o Fernão Gonçalves nos preparou. Estava tão lindo lindo lindo! Fomos bebericando enquanto serviram as entradas, tinha um forte sabor a amendoim que não é muito a minha cena. De qualquer forma já me conhecem, bebi na mesma.
Logo de seguida veio o melhor sake que já percorreu este estreito: Takara Sparkling Mio (não fazia a mínima ideia que havia um sake que eu pudesse amar, fiquei também a conhecer!)
Agora passando à minha parte favorita da noite: Poke bowl do demónio. Na carta vão encontrá-la como Poke Big Fish e é simplesmente de nos levar ao Inferno de tanto pecar com luxúria! Nossa! É extremamente perfeita: atum, arroz, algas, cebola crocante... Eu poderia vos dar a lista dos ingredientes mas não vale a pena. É bom mesmo!
Para essas pessoas ignorantes que acham que o Poke está carregado de arroz e pouco peixe (essas pessoas ignorantes era eu também ok?), os chefs pesam cuidadosamente os ingredientes para que a proporção seja perfeita (60/40 se não estou em erro!)
A próxima bowl foi algo que me assustou mal vi a carta. Foi feita especialmente para a época dos santos populares. Ora, eu adoro Santos populares, mas odeio sardinhas. E quem é ela quem é??? É a Sweet Pepper Sardine! Para ajudar à festa tem pimentos... LM em pânico. Contudo, linda e crescida como sou, enfrentei a bicha e comi.
Agora vamos ser sinceros, aqui entre nós os dois ou duas... Eu queria mais da outra, vezes 20 se possível, mas eu também gostei desta. ESCÂNDALO. Agora tenho de admitir em público que comi sardinhas quando faço há 30 anos cara de enjoada a comer essa porra.
Bem, estava óptimo. A combinação da sardinha com tomate cherry, cereja, pimentos... Aquilo era uma grande mixórdia que no fim, mais uma vez, estava óptima. (Mas comia mais dois do primeiro, ou 20).
Por mim, ficava por aqui... Mas não! Ainda vinham as sobremesas! A Malassada apesar de ser típica do Hawaii tem influência Portuguesa (estamos em todo o lado!) e faz muito lembrar as bolas de Berlim, mas tem um recheio de batata doce e são muito mais consistentes. Para finalizar experimentámos o Chocolate Kilauea, com chocolate do Equador, wasabi, iogurte e sal negro do Hawaii, num tributo ao vulcão havaiano com o mesmo nome. Estava delicioso, mas penso que demasiado intenso para uma só pessoa!
No meio disto tudo ainda experiementámos uns quantos sakes: Otora Junmai, Suppai Umeshu... Mas foi o primeiro que me marcou. A acompanhar a sobremesa bebemos um chá especialmente produzido para o Big Fish com notas de cacau e cardamomo. Muito bom!
Bem, não sei se me estiquei muito na descrição, mas para tornar isto ainda um maior cliché: não há palavras suficientes para descrever esta experiência. Foi mesmo, mesmo mesmo, muito bom!
Obrigada mais uma vez à Zomato por tornar estas noites de convívio foodie cada vez melhores e ao Big Fish pelo excelente trabalho e extraordinário projeto!
Fomos jantar ao Siesta a convite da Estrella Damm em parceria com a Zomato, num evento onde a estrela da noite era a Malquerida, a mais recente estrela da marca mais conhecida dos nuestros hermanos.Estava já há uns dias super entusiasmada com este evento, já que conhecia o Siesta há alguns anos, mas as vezes que lá fui contam-se pelos dedos... o meu querido esposo já estava farto de me ouvir a sonhar alto com enchiladas cheias de queijo...O espaço estava decorado a rigor: cheio de sombreros pendurados por todo o lado, caveiras...- Sabes quem veio hoje?- Quem??? - pergunto eu histérica a achar que estava lá a rainha de Inglaterra...- A Frida Kahlo...(Só quem conhece o bicho, é que sabe que o meu esposo me mete às gargalhadas de forma a que metade do restaurante fique a pensar que somos deficientes)É realmente dos restaurantes mais giros, tem imenso espaço e dá para grupos grandes, o ambiente é óptimo (empregados super prestáveis, simpáticos) e ainda temos direito a Mariachis a tocar grandes clássicos...Para entrada: nachos, guacamole e Salsa Roja picosa... também umas batatas fritas que me pareceram de batata doce, e tudo serviu para comer aquele guacamole delicioso.Serviram nos logo a Malquerida e aí sim, eu fiquei parva da vida. Quando me metem à frente uma cerveja com um tom avermelhado, espuma alaranjada... hummmmm vai correr mal... provo... UAU! A cerveja foi sem dúvida alguma a maior surpresa! Espetacular, leve, com um toque a citrinos mas que não é sequer enjoativo ou exagerado... não há nenhuma que eu possa comparar das marcas que em Portugal estamos mais habituados, e eu estava à espera de uma cerveja mais forte ao estilo artesanal mas não... é mesmo leve e que acompanha bem com tudo. (Note-se que não vou divulgar o número de cervejas que virámos por uma questão de não amarfanhar a minha imagem perante os meus queridos seguidores)A comida.... como explicar isto sem ser rude.... vamos por pontos:- a escolha do chef, a meu ver, foi um tiro no pé. Como era um evento grande para um número significativo de pessoas, não quiseram arriscar nos picantes... mas quando eu vou a um Mexicano, quero mexicano! Um picante, uns cominhos, uma comida forte que me deixe a trabalhar no estômago 3 dias! Ou seja, foi nos servido um prato com uns peixinhos da horta acompanhados de picles que estavam óptimos (como entrada) e ao lado 3 tacos recheados com uma carne mistério, mais picles e um molho de hortelã por cima. Provo o primeiro e sinto doce... tudo doce... a sensação que tive foi: "aí que doce, mas ainda bem que há mais dois" - lanço-me ao segundo taco - "ahhh, mais doce" - vou ao terceiro com uma ténue esperança de ser algo diferente - era doce.Pá... pé-na-argolaAquele prato seria divinal se fossem 3 tacos diferentes: um doce, um intermédio e um picante. Queremos sabores! Queremos experimentar! A sensação que tive foi aquela de ir a um sushi maravilhoso e espetarem com um frasco de molho agridoce por cima de todas as peças - naaaaaãooooooooooooMas pronto, fora isso, a carne era muito tenra, era um mix agradável se fosse só mesmo um. Descobri no final que era língua de vaca e tive de conter o meu cérebro para não ficar maldisposta. Porque era bom, mas o meu cérebro não se dá bem a pensar em línguas.O que acabou por tornar este jantar inesquecível, foi mesmo a cerveja. Espero que a Estrella a coloque nos supermercados porque comprarei com toda a certeza, mas para já, acho que só mesmo em restaurantes.No final, a nossa mesa conseguiu ser presenteada com uns doces da casa que não estavam incluídos no jantar (obrigada ao Siesta por esta atenção e também à querida LopesCa por ter feito o pedido) :) - um doce de três leites, um semi-frio de limão e ainda churros com chocolate. Não sei qual delas era melhor! Podia ter me alimentado a doces!Vou com certeza voltar ao Siesta, porque apesar desta experiência em termos de prato não ter sido a melhor para mim, sei que sendo eu a escolher saio de lá sempre satisfeita (minhas queridas enchiladas, eu sei que ainda estão à minha espera)Obrigada à Estrella Damm por me ter dado a conhecer uma cerveja magnífica e mais uma vez obrigada à Zomato por proporcionar estes momentos de partilha tão bons <3