KOI Sushi Saldanha
Sabem que esta coisa de desconfinamento tem muito que se lhe diga... Conseguir voltar a confiar que podemos sair de casa, felizes e contentes, para desfrutar de algo que sabemos fazer tão bem: comer fora.
"Comer fora" é a arte de arranjar desculpas: "não me apetece cozinhar", "o chef cozinha muito melhor do que tu", "a máquina de lavar louça está avariada", "não tenho tempo para a cozinha hoje"... No caso do sushi, arranjo sempre desculpa! É que dá mesmoooooo um trabalhão fazer em casa e os chefs dão nos 20-0 na qualidade/rapidez/preço.
A parte de desconfinar e ir a um restaurante a sério... Sentar, comer lá, estar mais do que uma hora fora de casa... Essa é a parte que me parece mais difícil. Mas há que encontrar sítios que nos tragam segurança e nos deixem à vontade para o fazer. O Koi é um destes sítios.
Já lá tinha passado umas quantas vezes, mesmo no centro da cidade, no Saldanha, perto de tudo e todos. A Rua Filipe Folque é ali meio escondida, mesmo ao lado das esplanadas do Valbom, sempre foi uma das minhas zonas favoritas de Lisboa.
O espaço é acolhedor, uma decoração engraçada de chapéus de papel no tecto que fazem lembrar aqueles que se metem nos cocktails, mas em ponto grande. As mesas têm bastante espaço entre si e sentimo-nos à vontade, em segurança.
Estava tudo de acordo com as novas (e chatas) normas, o pormenor de colocarem um toalhete desinfetante em cada lugar é um miminho que demonstra a atenção que têm com os clientes, gostei.
O KOI funciona com menus all you can eat ao almoço (13,90€) e ao jantar (18,90€) mas também tem a opção à carta. Se seguirem o Instagram deles (@koisushisaldanha), estão constantemente a publicar campanhas e promoções loucas com preços muito apetecíveis!
Nós fomos em modo all you can eat (vocês já sabem que este corpitxo alimenta-se bem) e no pedido, quando me perguntam se tenho preferência pelo tipo de sushi, já tenho o hábito de pedir o mais tradicional possível (tento mesmo não me esquecer de o fazer, porque não costuma correr bem só fusão). Desta vez, e de forma a não estragar a criatividade dos sushimans, pedimos um mix tradicional-fusão para poder disfrutar da especialidade da casa.
As entradas são as clássicas peças hot rolls, que infelizmente não acho piada, mas ao provar uma descobri que estas até não me desagradam de todo. Em vez de um polme simples tinham qualquer coisa crocante (penso que amêndoas ou qualquer coisa do estilo) e não estavam empapadas em óleo.
Continuo a preferir sashimi.
Mas a seguir sim, veio a "coisa séria": pratos muito bem decorados de sushi, uns mais tradicionais e outros de fusão.
A apresentação estava irrepreensível! Sashimi bem fatiado, de várias qualidades de peixe e em doses consideráveis, muita variedade de peças e até diria que tinha fusões muito interessantes que nunca havia provado. 10 pontos para Gryffindor pela criatividade, e pelo sashimi!
As peças de sushi tradicional estavam no tamanho certo, com boa proporção peixe-arroz e alga decente. Quanto as peças de fusão, provei algumas (não todas) e gostei muito das variações com arroz preto, roxo, rosa... Eram engraçadas e acabavam por ser mais parecidas ao estilo tradicional. Provei também uma com manga por cima e já achei demasiada fusão para mim. Vou me manter no tradicional, mas para quem gosta de fusão a sério, acho que tem potencial!
Continuo a preferir sashimi.
O peixe estava todo bastante fresco, não sendo o da maior qualidade que já comi, para o preço apresentado, é provavelmente dos mais justos e que fazem valer a pena voltar. Já fui a sítios bem mais caros e com qualidade semelhante.
Como sobremesa, apesar de já não ter estômago para muito mais, provei um pouquinho de uma invenção da casa: um crepe de gelado de chocolate que se assemelha a um rolo de sushi, com fruta por dentro e umas sementes no topo. É uma mistura engraçada, acaba por complementar aquele docinho no final.
Mas... Até como sobremesa, contínuo a preferir sashimi! E para minha alegria, o sashimi estava mesmo óptimo!
Outro aspecto a referir foi a simpatia do staff, impecável. Super atenciosos, prestáveis e com atenção ao detalhe. O que nesta altura é de bradar aos céus, porque trabalhar sempre com a máscara e a exigência de manter tudo dentro das normas, é bem mais duro e mesmo assim, conseguem ser simpáticos com "um sorriso no rosto" (apesar de escondido, ainda vai dando para perceber).
Gostei bastante da visita, espero voltar em breve!